terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Inutilidades de fim de ano


Meus amigos, antes de qualquer outro assunto, quero pedir-vos desculpa por só agora estar a escrever. O Natal dediquei-o inteiramente à família e partilhei todas as horas com os meus.

Mas está aí o fim do ano!
Não resisti a escrever umas poucas linhas sobre o assunto.
Vou falar de algumas das inutilidades desta época tão especial.

No fim do ano todos se desdobram em análises, sumas, reflexões, desejos, votos e outras tretas.
Para quê?
Alguém tem dúvidas de como vai ser o próximo ano?
Cheio dos mesmos problemas, com a mesma gente deste ano a dar-nos cabo da cabeça.
E aquela coisa de desejarmos “Um bom ano e boas entradas”?
Acho uma patetice pregada e eu nem sei o que hei-de responder quando levo com uma destas.
O bom ano, vá lá, dou de barato, mas boas entradas?!
As que eu tenho já são suficientes, obrigadinho.

Afinal é só mais uma noite. Sim! Eu sei. Cheia de maluquices, álcool e outras substâncias, conduções mais ou menos perigosas, gajas e gajos aos gritos e a dançar até cair para o lado e acordar numa cama que nem conhecem...mas isto é o que a malta faz todas as sextas ou sábados à noite!
E quanto ao desejo de entrar no novo ano, hum...isso nem me parece muito boa ideia.
Vocês não ouvem os senhores da TV a dizer que 2009 vai ser muito mau, o pior de todos, que vamos andar todos de calças na mão (excepto se formos banqueiros, políticos ou altos funcionários de empresas do estado...ou da Mota Engil).
Vamos querer mudar de ano para quê?
Não me digam que não ouviram o sr. “Calado” Silva a falar do enorme problema do estatuto dos Açores. Habituado a nada dizer sobre tudo o que é questionado, a baba e ranho que o sr. chorou frente aos portugueses, em plena hora de ponta televisiva.
“Estão a ver o que estes malandros do parlamento me fizeram, (fungadela) estes malvados (limpa as lágrimas e funga outra vez), obrigam-me a cada coisa...logo eu que tinha preparado um discurso cheio de esperança e de azul para a mensagem de ano novo. Estes malvados estragaram-me o discurso (outra fungadela e passa o lenço de pano pelo nariz) agora o que é que eu vou dizer?
Afinal quem sou eu neste país de maltrapilhos?
O que faço aqui?”
São perguntas, meu caro sr. professor, a que ninguém sabe responder.

Apesar de tudo, muito boa gente, confia em 2009.
Vamos ter eleições. Ena! Ena! Um cesto cheio.
Vamos ter os casos da justiça, mais mediáticos, resolvidos. Ena! Ena! Que velocidade.
Penso, sinceramente, que o que vamos ter é mais merda e moscas iguais a este ano que agora acaba.
Também é uma inutilidade as mensagens SMS que enviam a desejar tudo a todos.
Isto só serve para engordar os bolsos das empresas de telecomunicações! Ok?

Muito mais teria para dizer, mas tenho de ser breve, vou agarrar-me um pouco mais a este 2008.
Desejo-vos uma boa noitinha de quarta para quinta-feira.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O Alzheimer do Pai Natal


Querido Pai Natal.

Escrevo-te porque, parece que está na moda, enviar-te cartas nesta altura do ano.
Eu sei que passas o resto do tempo, provavelmente, numa praia da Havai, mas que diabo um homem não é de ferro! E tu já estás entradote.
Não tens lido as minhas cartas que te envio há mais de 40 anos, e, para ser sincero, nem tenho a certeza que saibas ler.
Como és muito antigo, se calhar, nem frequentaste o ensino.
És um analfabeto.
Mas, ao menos, podias recorrer às novas oportunidades, ou então, matricular os teus duendes na escola!
Recebiam um “Magalhães” e, com sorte, aprendiam também a ler e a escrever (se bem que escrever já envolvia muita sorte).
Pelo menos, eu podia contactar-te por MSN o que dava um certo jeito.
Esta cena de enviar cartas tem de acabar!

Espero que estejas melhor da tua doença.
Quando soube fiquei muito preocupado, mas como não me respondes, não tenho tido a noção do desenvolvimento do mal de que padeces.
Aqui chamamos-lhe Alzheimer, penso que também será assim na Lapónia.

Ando muito preocupado contigo, por isso nem te vou pedir nada neste Natal.
Agora, deixo-te um conselho.
Tens mesmo de ir ao médico.
Esta coisa está a tomar conta de ti, e estás a trocar as prendas todas.

Então foste dar 5,1 milhões de euros para os deputados da Madeira?!
O dinheiro é para distribuir pelos pobrezinhos, não pelos deputados da Madeira.

E aquela coisa de ofereceres um erro processual aos 4 homens que assaltaram o Museu do Ouro em Viana?
Malandreco!
Tu sabias que do assalto resultou um morto e mesmo assim conseguiste que os ladrões fossem libertados.

Mas há mais.
Tinhas alguma coisa que oferecer o Santana Lopes, à Manuela Ferreira Leite?
Não achas que ela já tem problemas que cheguem?
Está bem! Aí, talvez tenhas razão. Afinal Já tinhas oferecido o Manuel Alegre ao Sócrates.

Sabes? Afinal o Bush não aceitou aquele par de sapatos que tu tinhas pedido ao jornalista para lhe dar. Tens de tentar outra vez.

Já agora, importas-te de enviar uma bata nova para aquela enfermeira do Hospital de Santo Tirso, que disse a uma senhora, com uma concha entalada na garganta, para não lhe sujar a bata.
E uns óculos novos para o médico que, depois de a observar, a mandou para casa e lhe disse que não via nada.

Se calhar são pedidos demais para ti, afinal andas consumido com esta crise, e ainda por cima doente, não é?
Aproveita o fim-de-semana e descansa.
Vai ao médico, e não te esqueças de tomar as gotas...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Transferências de Inverno


Estamos muito próximo de uma época importante para o mundo desportivo.
Bem, na realidade, não será o mundo desportivo mas o mundo do futebol.
Vem aí o defeso de Inverno. Aquela cena dos jogadores, que ganham mais do que merecem (quando lhes pagam), tirarem férias tal qual os meninos da escolinha.
É também neste defeso que se abre uma nova janela de transferências.
Os clubes podem aproveitar este período para comprar ou vender jogadores.

Em Portugal não creio que haja grande movimentação nos planteis dos nossos clubes de futebol, todos estão nas ruas da amargura e não há cheta para modernices.
Em minha casa também não! Este defeso não penso, por isso. trocar nenhum elemento da família por outro.
Imagino que em vossas casas também seja assim.

Com os portugueses, as empresas portuguesas, os clubes de futebol, as associações, as agremiações e tudo o resto de rastos, só ficam duas ou três classes para actos megalómanos de transferências em época de defeso.
Falo, naturalmente, dos políticos e dos agentes da justiça.

O blog Gosto de Ti Assim teve acesso, em primeira mão, a algumas das vendas e compras que se estão a preparar para o mercado de Inverno.
Como já foi noticiado, o Bloco de Esquerda admite comprar o passe de Manuel Alegre ao PS. Ainda são desconhecidos os valores da transferência, mas, ao que conseguimos apurar, o negócio envolve a cedência de José Sá Fernandes aos socialistas de Lisboa, embora António Costa preferisse Ana Drago por razões óbvias.
Manuel Alegre é um avançado com características especiais, reconhecido pelo seu pontapé forte de fora da área, tiros certeiros na própria baliza.
Há já algum tempo em diferendo com o treinador Sócrates, este ponta-de-lança tem a mania de responder a todas as perguntas dos jornalistas nas conferências de imprensa e continua a pensar que vale pelo menos um milhão de sócios.
Sentado no banco dos dispensáveis, Alegre ou o jogador poeta, como lhe chamam alguns, só se levanta para votar contra as tácticas da equipa técnica.

O PCP, outro clube popular, veio já revelar que não está interessado na aquisição do jogador, e que, neste mercado de Inverno, apenas tem para vender o passe de Odete Santos, jogadora afastada dos relvados por decisão da Comissão de Disciplina desta liga.

O recentemente eleito presidente do CDS (agremiação desportiva de direita) prometeu em campanha grandes contratações para o clube. Resta saber se agora eleito vai cumprir as promessas.
Paulo Portas, assim se chama o novo presidente do CDS, apresentará no mercado o passe de Luís Nobre Guedes. Ao que tudo indica está pronto para empréstimo a outra agremiação qualquer, mas este blog sabe que o jogador apenas estará interessado em assaltar a cadeira do poder e não admite sair para um clube ainda mais pequeno.

Outro clube que trará novidades chama-se PSD, um clube com um longo historial na modalidade mas actualmente em sérias dificuldades no campeonato.
Fontes próximas do clube indicaram-nos que a falta de firmeza, do conhecimento do fenómeno desportivo e a fraca fotogenia da presidente, poderá envolver o clube em novas eleições a curto prazo.

Mas não é só nesta liga que as transferências estão ao rubro, o mesmo se passa noutro campeonato – o da Justiça.
Fazendo fé nas nossas fontes, alguns juízes do TIC (outro clube da capital), numa operação chamada de Cifrão Dourado, preparam-se para adquirir o passe de vários jogadores, depois de terem já garantido a contratação de Oliveira e Costa para a prisão da PJ.
Na calha estão, para já, alguns presidentes e ex-directores do clube BCP (associação cultural e desportiva do norte) que poderão vir a integrar e enriquecer o plantel de vários estabelecimentos prisionais do nosso país.

Como se vê, caros amigos, quem disse que no defeso não estaria vivo o mercado das transferências?

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Bendita Crise


Estou um bocadito farto desta farsa da crise!
Eu sei que para alguns o que direi será uma heresia, mas desculpem lá o meu mau feitio.
Apesar de ter um certo sentimento de atracção pelo mundo dos números, confesso que há coisas que me mexem com os cordelinhos que tenho dentro da cachimónia.
Então se estamos no meio de uma gravíssima crise, de carácter mundial e tudo, e se andam os economistas (astrólogos do sistema e arautos da desgraça) às voltas com as previsões - quase sempre erradas, porque é que eu acho que o povo até em razões para agradecer.
Eu explico.

Os políticos (com p pequeno e até os que têm P grande, conforme o que disse uma deputada do PS, sobre as faltas dos deputados, de quem não me lembra o nome, mas também não importa, é bonita e devia aparecer mais vezes a falar de qualquer coisa mesmo que sejam parvoíces, porque a uma mulher assim perdoa-se tudo e eu nem sabia que o PS tinha deputadas daquele “calibre” sejam mulheres com P pequeno ou grande).
Dizia eu, e para sintetizar, os políticos, os economistas, os especuladores, os aproveitadores, ex-maoístas, e outros que tal, andam numa lufa-lufa de reuniões, cimeiras e outras sessões, preocupadíssimos com a crise. Tentam, por todos os meios reais e imaginários, dar a volta ao arco do tempo e resolver este problema como se fosse a última coisa que quisessem fazer em vida.
Mas vão com calma!
Por favor não tenham pressa!

É que eu acho que o povo até está a gostar desta coisa a que V. Excias. determinaram chamar de crise.
Então o preço do petróleo não está melhor?
A gasolina e o gasóleo não estão mais baratos?
As lojas não estão a baixar o preço especulativo que ostentavam nos rótulos?
Não voltámos a ter frutas e legumes mais baratos, apesar de mais pequenos?
Pois, está bem, continuamos a ganhar o mesmo.
Mas nós já ganhávamos mal!

A crise é realmente sentida por quem a teima a enfiar pelos nossos olhos.
Quem verdadeiramente tem medo desta crise são os bancos e banqueiros, os senhores do dinheiro e outros poderosos. Aqueles a quem o governo se apressou a estender as mãos cheias de milhões, não fossem os coitadinhos ter de passar a jantar em casa como toda a gente.
Tenho para mim que a crise poderá ser uma invenção dos ricos para subjugar os pobres.
Penso, ainda, que, ou é de mim, ou o povo até está a gostar desta crise.
Mas serei só eu?

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Vai e sorri, mesmo que seja por coisa nenhuma.


Uau! Vieste de salto alto.
Gosto de ti assim...
Vestida e calçada para arrasar!
Hei! Espera!
Não fujas.
Disse alguma coisa que te magoou?

Ainda bem! Estava a ficar preocupado.
Não vás assim tão depressa. Assim não consigo acompanhar-te.
Pára!
Olha para mim!
Deixa-me falar-te nos olhos.
Um bom dia para nós já não chega.
Estás bem?

Claro que me preocupo contigo! Mas que raio de pergunta é essa?
Afinal, vivemos ou não uma vida a dois?
Concordo que apenas vivemos estes nossos cruzamentos temporais, mas são nossos, só nossos estes momentos.
Porque foges?
Porque teimas em esconder-te?

Cheio de perguntas?
E tu.
Vazia de respostas.

Sabes?
Estava para aqui encostado, neste muro de musgo, à tua espera.
Não que o fizesse conscientemente, mas quase empurrado pelo desejo de voltar a ver-te, nem que fosse só mais uma vez.
Claro que não tinha certeza de nada. Quem tem?
Mas enganava a minha realidade com o meu querer. E como vês, concretizou-se.

Sorte?
A sorte não se organiza assim desta maneira, não há fórmula matemática para a sorte.
Eu pensei...

Claro que penso em ti.
Posso não o fazer 24 horas por dia, mas sim! Penso em ti.
Penso que um dia estes nossos momentos serão mais do que isso, breves momentos.
Afinal o que é um momento?
É aquilo que quisermos.
Não podemos sistematizar a sorte, mas poderemos sempre dilatar o instante.

Confessa que também sentes falta destes nossos efémeros encontros.
Aposto que sempre que viras aquela esquina, temes que eu não esteja aqui, pronto para te suster.

Convencido?!
Como posso ser convencido, se só tu paras para me ouvir?
Olha para os outros.
Vês alguém?

Sim, sei que são muitas pessoas.
Mas vês alguém?
Não sentes o vazio que transportam.
Corpos em mentes de nada.
Caras fechadas, sem desenho do menor sentimento, como espíritos abandonados vagueando num mar sem intuição, percepção, sem mágoa...sem um sorriso.
Sabes quanto custa um sorriso?

Viste?
Não custa nada.
Ficas linda assim.
Vai e sorri, mesmo que seja por coisa nenhuma.
E quando voltares a dobrar aquela esquina, não precisarás que eu esteja aqui para te fazer sorrir.
Adeus semana, até para o ano.


O meu sorriso de hoje vai para a minha afilhada Sara.
Que sejas muito feliz.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

E se um dia o povo acordar mal disposto?




Anda o burgo às turras por causa das dioxinas na carne, da recessão, dos parlamentares (ou será para lamentares?) ausentes, dos lucros de 6 milhões por dia que a banca tem (coitados), e outras tretas.
Mas será que ninguém se lembra de falar no que realmente é importante?
E o que é realmente importante?
Uma senhora que foi operada em Lisboa e que, não conseguiu que uma alma caridosa, lhe tirasse os pontos em Faro? Não!
As filas de espera que continuam por uma consulta num médico de família? Não!
Os portugueses que ainda hoje, neste país de “Magalhães” continuam com fome? Não!
A pesca Lusa destruída por política de abate? Não!
A agricultura, fonte de subsídios europeus, que pagaram jipes e Mercedes a alguns, e que acabaram com a vida de tantos, tornando Portugal um dos países que, com terras ao abandono, importa tudo o que come? Não!

Confesso que sinto uma atracção quase fatal pelo pessimismo do Dr. Medina Carreira (tal como eu anti “Magalhães”), cada vez que o ouço fico preso.
Ontem foi um desses dias.
Em entrevista à SIC Notícias, mais uma vez, lhe dei razão em tudo o que disse.
Mas uma coisa me preocupou muito.
Habituado a que o tempo lhe dê razão, referiu o Dr. Medina Carreira, que teme que o que se passa hoje na Grécia se possa viver no nosso país.
“O país está a empobrecer e, desta vez é de temer, que empobreça com muito barulho.”
Barulho semelhante ao que paira nas ruas gregas, com jovens (muitos deles com formação superior) sem perspectivas de futuro.

A dívida externa de Portugal aumenta dois milhões de euros por hora.
Leu bem dois milhões de euros por hora.

Com o actual estado desta política e destes políticos, que apostam em propaganda, que nada faz para aproveitar e desenvolver os recursos internos do nosso país.
Com o actual estado da justiça, onde todos os ricos se safam e todos os pobres são condenados.
Com o actual estado da educação.
Temo que o tempo, mais uma vez, dê razão ao Dr. Medina Carreira.
E se um dia o povo acordar mal disposto?

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ora deixe-me cá...

Começamos esta semana com um desafio:
Onde podemos encontrar mais deputados no nosso país?
1- Em casa deles
2- Em casa delas
3- Na minha casa
4- Na piscina
5- No armário da cozinha
6- No sofá da sala
8- Em casa da tia Margarida
7- No parlamento
Se respondeu parlamento, tche...tche...tche...você está mesmo desactualizado.
Então isso é lugar para procurar um deputado?!
Mas você está em Portugal, lembra-se?

-Sebastião! Oh Sebastião!
Acorda home, não vês as horas?

Coitado do Sebastião, sempre entretido nas suas pequenas coisas.
O Sebastião até nem é homem para se deixar assim, sem quase fazer nada.
Nem um ruidito por mais pequeno que fosse, se poderia ouvir dos seus pensamentos num dia assim.
É que ninguém lhe arrancava vocábulo!
Estava assim porque sim, e pronto.
Adelaide já lhe conhecia a manha.
- Hum! Quando ele fica assim, mais vale deixá-lo.


Pois eu sei, é como eu.
Quando eu estou assim também acho que mais vale que me deixem.
São aqueles dias em que não me apetece fazer nada.
Mas faço e sabem porquê?
Porque, como diz o povo "Ele não vem ter a casa".
Mas poderá o nosso Sebastião Fazer o mesmo?
Ficar assim sem fazer nada?
Claro que sim.
Basta imaginar que o Sebastião é deputado desta nação valente e imortal.

- Vamos Sebastião, está na hora de ir para o parlamento, filho.
- Hummm!Fazer o quê?

Ora o quê? O que faz o Sebastião?
O Sebastião come tudo tudo tudo.....


NÚMERO DE FALTOSOS

230 DEPUTADOS JÁ DERAM 1039 FALTAS DESDE 19 DE SETEMBRO DE 2007

PS: 516
OPOSIÇÃO: 523

TOTAL: 1039

PSD: 428
CDS/PP: 40
BE: 30
PCP: 27
PEV: 0


Foi assim em Maio de 2008

Hoje discute-se a carochinha de sempre...

Os deputados faltosos, o puxão de orelhas da líder do PSD, o regozijo e recriminação de Filipe Meneses, etc, etc, etc...


Senhoras e Senhores

Este é o CIRCO PORTUGAL!
.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Merecemos pessoas assim


Numa época em que nos fartamos de dizer mal de tudo e de todos, gostaria de salientar, hoje, algo de positivo apesar de estar por detrás de uma tragédia.
Falo do naufrágio do pesqueiro “Rosamar” na costa da Galiza que tirou a vida a vários homens do mar portugueses e indonésios.

Entre tamanha tormenta de sentimentos, serve este post, para elevar a minha profunda admiração pelo comportamento do proprietário da embarcação o galego Jesús Lavayén.
Desde o primeiro minuto que respondeu a todas as perguntas dos jornalistas, sem nunca se cobrir por qualquer manto de indelicadeza, prepotência, arrogância e rudeza tão protagonista nos responsáveis, quando colocados perante tamanho e terrível acontecimento.

Vi Jesús Lavayén presente e disponível, desde o primeiro minuto, a chorar a sentir e a garantir, dentro do que é humanamente possível, a minimização da dor provocada aos familiares das vítimas.
Vi Jesús Lavayén responder a todas as perguntas e disposto a todos os esclarecimentos disparados pelos jornalistas.
Nunca se escondeu.

Poderei estar enganado, mas o que absorvi das palavras e das imagens das televisões nacionais e espanholas, ficou-me a simpatia por um homem simples, verdadeiro e com sentimentos. Algo a que não estamos habituados no nosso mundo empresarial, e, especificamente, numa área tão agreste, dura e rude como é a arte do mar.

É um duelo diário que nunca ganharemos.
No mar ficarão os nossos desejos e as nossas verdades.
O mar acabará por engolir a vida e o recheio da alma, sem hesitar, sem nos dizer quando nem porquê.
O mar que é vida, também será sempre a morte.
Ele atrai e repele, num jogo perpétuo da força. É a natureza onde os extremos se tocam.
Choramos hoje o destino, mas amanhã a coragem volta a ganhar força e este mesmo mar, que nos arrancou as lágrimas, nos dará o sorriso, o pão e o amor.
O mar merece homens como Jesús Lavayén.
Nós merecemos mais pessoas assim.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Ser mãe

Há dentro de ti tanta mãe,
que suspira o universo
cada vez que olhas para mim.
Há dentro de ti tanta mãe,
que o amor fica pequeno,
com um sentimento assim.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Palavras de um meu rebento: Sonhar


Sonhar é viver a realidade adormecida.
Uma vida sem deveres nem obrigações.
Um jogo onde são tomadas grandes decisões.
É tão simples como a morte, a fome e a pobreza.
Tão difícil como ser alguém, viver e não ter.
Sonhar é partir independentemente de chegar.
Sofia Cardoso

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Preparem-se! O que vem aí não vai ser nada parecido com o que já veio...embora possa ser muito semelhante.


Muito me espanta a capacidade do protesto nacional.
Somos um povo sempre disposto a protestar por tudo e, na maioria das vezes, por nada.
Não sou contra o protesto!
Acho mesmo que o protesto é uma arma tão digna como a ponta de uma caneta.
Neste país o protesto faz-se por ondas.
Estamos agora na onda da educação.
Na crista estão os professores e o modelo de avaliação, e os alunos que exigem qualquer coisa que não se percebe muito bem o que é. Quando se pede a um aluno para explicar por que faz greve ou protesto, ele balbucia dois ou três fonemas e depois vêm os outros gritar: “Tá na hora, tá na hora da ministra iiiiiiiiir embooooora!”.
Pelo protesto entende-se que não devem querer que a ministra trabalhe até tão tarde, que se lembre que tem família em casa à espera do jantar e que isto de trabalhar até depois das 18h não se faz até porque há meias para coser e roupa para passar a ferro.
Alguns vão até mais longe e dizem que estão em greve porque os outros também estão, ou porque sim, uma das razões actuais mais válidas.
Há ainda os verdadeiros que, a medo, admitem que não sabem porque fazem greve.

Depois da onda da educação, o blog “Gosto de Ti Assim” conseguiu, sempre à custa de muito trabalho e “idóneas cunhas”, saber quais serão as próximas ondas do protesto nacional.

- Agendada para Janeiro está já a insurgência, contra a estupidez de ter gasto três subsídios de Natal em peúgas e after-shaves para meia família e bonecada (que deixa de funcionar em dois dias) para a outra metade.
- Fevereiro irá trazer às ruas do nosso Portugal, milhares de brasileiros radicados, que protestarão contra a chuva que cai em mês de Carnaval.
A este desígnio juntar-se-ão ainda mais milhares de portugueses a reclamar uma semana de feriado, um “sambódromo” no Porto, outro em Lisboa (no Algarve serve o estádio municipal do Loulé), garotas descascadas, cerveja e preservativos à borla.
- O mês de Março será agitado pelas bandeiras e os cartazes dos alunos do ensino básico, contra a alegada indestrutibilidade do computador “Magalhães”. Afinal, depois de cinco pontapés e dois mergulhos nas poças de lama das escolas, aquela coisa não funciona. Nem sequer tem altura suficiente para fazer de marcador de baliza nos intervalos das aulas.
- Em Abril é caso para dizer, “protestos mil”.
Serão os ex-combatentes, os combatentes, os sem batentes e sem patentes, os produtores de cravos, os fascistas, os optimistas (que votaram neste governo), e outros “istas” da nossa sociedade.
Abril será uma das ondas mais agitadas do protesto nacional porque teremos ainda os Capitães de Abril a desdobrarem-se em entrevistas, e o povo exaltado com o sono que provoca o discurso do Exmo. Senhor Presidente de República em dia feriado.
- Maio é o mês da luta.
CGTP e UGT, os verdadeiros filhos da luta, saem à rua com os mesmos panos negros ou vermelhos e as frases rasgadas dos últimos anos. Todos, de punhos no ar, tentarão dar murros na atmosfera como se estivessem a esmoucar a cara do Sócrates.
Ainda em Maio, na última semana, sairão à calçada seis milhões de benfiquistas a protestar contra mais um campeonato ganho pelo Futebol Clube do Porto, ostentando cartazes com o dito: “SLB! SLB! Para o Ano É Que Vai Sê!”.
- Em Junho os portugueses vão finalmente perceber que se protestaram pelo aumento dos combustíveis e consequente aumento do pão e outros bens essenciais, então como o petróleo baixou, seria de reclamar a baixa dos preços que se apoiaram na escalada do ouro negro.

Estamos ainda a apurar que outras ondas do manifesto nacional farão parte da agenda para os restantes meses do nosso calendário, mas para já a tarefa afigura-se difícil pelos entraves apresentados pela CMVM e o Banco de Portugal à instituição de crédito que me financia o pagamento das “luvas” às “idóneas cunhas”.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Batedores de Palmas e Outras Prestezas do Mundo Televisivo Nacional


Hoje, entre uma troca de fraldas ao meu “Magalhães” e uma roupinha a corar no estendal, dei uma espreitadela aos programas da tarde das nossas televisões generalistas.

Na SIC umas quantas “figuras e aberrações” falavam de outras tantas, num embaraçado de coscuvilhice de meter, não só o dó mas como as outras notas musicais todas, no Grande Livro do Parvoeiro Nacional.
Na TVI, nada de novo, a Júlia continua aos berros e a fazer coisas esquisitas com convidados e assistentes.
Conseguindo, entre um assassinato e uma doença de pele, meter um concurso onde se apregoa dinheiro em troco de nada.
Na RTP1, o programa Portugal no Coração, continua a ser um dos mais equilibrados, sem os temas “da lágrima fácil” e “da faca e alguidar”, mas muito light estilo água de colónia, que nunca chega a perfume.
Salve-se a Tânia Ribas de Oliveira com a sua simpatia, segurança e equilíbrio.
Na RTP2 encontrei o Zig Zag a melhor programação para as crianças, com séries e desenhos animados educativos e atraentes.

Uma coisa que muito me espantou, foi a capacidade manifestada por algumas pessoas que participam nestes programas (SIC e TVI particularmente).
Ao princípio pensei que não eram reais, talvez uma grande cambada de robots, com muito pouco para fazer, em tempo de aperto nas produções dos filmes da coisa imaginária.
Não! Estava redondamente enganado.
Eu sei que não vão acreditar, mas são mesmo pessoas que assistem a estes programas, lá no estúdio, e batem palmas, riem, choram, esbofeteiam, gesticulam extravagantemente, depenam-se, coçam-se e muito mais.
Quase me apetece dizer que só lhes falta falar, de resto fazem tudo.

Consegui perceber que é diversificada esta classe dos “Batedores de Palmas e Outras Prestezas do Mundo Televisivo Nacional” (BPOPMTN).
Ali vê-se de tudo, desde a velhinha, à quarentona, ao rapaz em idade escolar, ao ex-combatente da grande guerra, enfim...todas as etapas que lavram a duração ordinária da vida.
Consegui apurar, ainda, que muitos deles estão lá todos os dias.
Foi aí que me passou pela cabeça um rolinho de perguntas:
“Mas esta gente não tem mais nada que fazer?”
“Ser um Batedor de Palmas e Outras Prestezas do Mundo Televisivo Nacional é uma profissão?”
“Onde se aprende?”
“Que características se deve ter para se um bom BPOPMTN?”
“Terá alguma coisa a ver com as Novas Oportunidades?”
“Se eu tiver só um braço também posso ser um BPOPMTN?”
“Será que as televisões ganham dinheiro para tomarem conta daquela gente durante 2 ou 3 horitas?”
“E depois do programa como será chegar a casa?”

Imagino uma cena do género:
- Então querida, como foi o teu dia?
- Ah! Deixa-me homem! Hoje estou de rastos...foram dois aleijadinhos, um rapto, um tiroteio, e depois ainda tivemos a patranha do pato careca que ficou triste depois de saber que o seu dono o trocou por um gato persa.
- Ui!...Isso foi muita lágrima. E palmas, não houve?
- Claro que sim! Por quem me tomas? Não te esqueças que estes programas têm sempre a rábula de humor.
- Ah! A rábula. Mas aquilo não tem piada.
- Não tem piada?!!! Olha só não te dou um estalo, porque me doem as mãos.
E além disso a dona Julinha amanhã vai-nos ensinar uma coreografia nova.

É estranha esta forma de vida, não é?

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Então, continuação sim?

Às vezes apetece-me falar das coisas, aquelas pequenas coisas de todos os dias, mas que nos dão cabo da cabeça.
São manias!
Há coisas que eu não entendo e, o pior de tudo, é que não entendo porquê.

Hoje dei comigo a pensar sobre aquelas pessoas que têm uma frase para quase todas as conversas. Aliás, acho que a palavra quase, era dispensável no período anterior.
Estas pessoas têm mesmo estudada, e na ponta da língua, uma frase para nos atirar às trombas seja em que momento for.
Há algumas mais detestáveis que outras, eu tenho mesmo um top, estilo top mais nacional, desses estribilhos modernos que me causam grande aleijão ao encéfalo.
São expressões que, com origem urbana, se espalharam já pelo interior do país ao mais grave estilo pandémico.
É que já não se pode escapar!
Da gripe da aves ainda duvido, agora desta maleita das novas frases não tenho dúvidas o país está tomado.

Se repararem vão verificar que aparecem em qualquer conversa, independentemente do grau académico, idade, sexo ou religião do interlocutor, embora funcione melhor, e não sei porquê, em empregados com muito pouco para fazer, explico mais à frente.
Basta meio dedo de conversa e tunga toma lá feijões.
Aparecem sempre estejamos nós a tomar um café, fumar um cigarrito, ou até a fazer uma rendita.

Ora imagine que alguma pessoa que você conhece chega ao pé de si disposto a “enrolar fiado” ali cinco ou dez minutos.
Normalmente são pessoas que pouco fazem, têm solução para tudo, conhecem meio mundo e o outro meio, mas quando questionadas sobre o seu trabalho são capazes de fazer o sol andar à volta da terra, só para que acreditemos que são os mártires da empresa. E depois bufam, passam as mãos pela cabeça, viram os olhos para cima e encolhem um bocadinho a testa até se desenharem uns pequenos riscos horizontais exclamando sempre, em voz cansada: “Oh pá! Nem me digas nada!”
Se eles não querem que lhes digamos nada, porque é que vieram ter connosco?
Mas mesmo assim não desistem e avançam: “Então tá tudo?”
Mas tudo o quê? O que quer que lhe diga? Sobre o que quer, realmente, falar? Sobre a minha saúde, a educação dos meus filhos, o aumento da gasolina, o período fértil da minha mulher?

Pouco nos restará mais do que responder na linguagem deles e dizer:”Tá.”
Não caiam na asneira de devolverem a pergunta, porque se o fizerem ficam por vossa conta e risco.
Arriscam-se a receber um rol desabafos quase tão grande como o número de páginas do processo casa pia.
Ele perguntara-nos como estávamos mas, na primeira curva, levamos com uma avalanche de treta a dizer-nos como ele está.

Mas muito dificilmente conseguiremos abreviar ou fugir a este tipo de conversa.
Há alguns destes espécimes que a seguir perguntam sempre:”Sabes da última?”.
E qual é a nossa tendência?
É devolver a pergunta:”Qual?”
Erro crasso.
Caminho livre para o nosso amigo, contar aquela anedota, que os nossos ouvidos já vomitam pela enésima vez. E depois só o outro é que se ri, e nós para parecermos simpáticos, fazemos o nosso melhor sorriso amarelo e dizemos: ”Tá muito boa, sim senhor.” E pensamos: “...da-se, que mal fiz eu a Deus para levar com este gajo agora?”.

Estes tipos usam muito um: “Amanhã também é dia.” , e repetem frequentemente: “Ouve lá!” e “Tás a ver?” depois se o assunto virar para as doenças o médico que eles conhecem é sempre: “Um grande médico, dos melhores do país e chefe do serviço de um hospital qualquer”.

No fim chega a apoteose.
É aquilo que me dá, verdadeiramente, volta à cachimónia.
Estes nossos “queridos” despedem-se sempre: “Então pá, continuação!”
!!!
???
Hellooooo!!!!!
Continuação?!
Continuação, pressupõe um complemento.
Continuação de quê?
Continuação de boas conversas com parvos como tu?
Continuação de boa saudinha?
Continuação de bom dia, boa noite?
E quando um tipo está doente?
Continuação da doença?
Por amor de Deus!
E os piores são aqueles que vão, ainda, mais longe chegando mesmo a
desejar-nos: “Boa continuação”.
Porquê?
Têm medo que a continuação não continue?

Bem parece que já entenderam a ideia.
Sou só eu, ou vocês também têm amigos assim?

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O Sol Fica-te Bem




Estás linda, hoje.
Não que não sejas particularmente bonita nos outros dias mas, hoje, estás especialmente bonita.
Tens aquela coisa especial, um toque, um gesto, um brilho, uma aura.
Estou convencido que hoje um sorriso teu consegue conquistar seja o que for.
De vez em quando sabe bem ver-te assim, sabes-me bem.
.
Sim eu sei que ainda tens “as tuas coisas”, que me entregas alguns dos problemas de sempre, que me irrita essa tua mania da incerteza, de não poder saber com o que devo contar no dia seguinte, mas, ainda assim, gosto de ti.
.
Não! Não te suporto, gosto de ti, é sério!
Não perdes a mania de me julgares oportunista e de castigares sem me ouvir.
Mas até isso te vou perdoar.
E sabes porquê?
Porque hoje estás particularmente bonita.
Não por fora, como sempre.
Por dentro.
Onde as coisas são verdadeiras, onde o teu corpo mistura os fluidos e sente.
Hoje és verdadeira.
És a minha verdade, mesmo que conheças a mentira.
.
Gostei de te conhecer assim.
.
Ah! Sabes?
O sol fica-te bem.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Coisas que me atravessam a cabeça no Natal, embora não aqueçam nem arrefeçam esta época de amizade, paz e outras cenas assim.


É dia primeiro de Dezembro, e está oficialmente inaugurada a época de caça à prenda, perdão, a época da dádiva do amor pelo nada.
O PCP termina mais um congresso cheio do habitual, com discursos e punhos cerrados no ar, com gritos estonteantes de “Assim se vê a força do PC” e outros que me é difícil entender (com o barulho dos putos a correr pela casa em dia feriado).
Ainda espreitei para a tv, entre uma orelha e a outra do meu puto, para ver se o Jerónimo ia anunciar que a Odete este ano seria o Pai Natal vestidinha a rigor, mas não!
Pelos lados do Campo Pequeno, tudo pequeno e certinho com dantes.

Mas esta coisa do Natal tem sempre algo que me embaraça as ideias.
Desde logo uma pergunta que ando há anos para fazer e sempre que a arrumo na ideia, pumba...esqueço-me.

“Por que raio é que os anúncios de televisão a perfumes são sempre feitos em Inglês ou Francês?”
Será que se forem feitos em português a essência perde-se, e passam a cheirar menos bem?
Será que ninguém compra um frasquinho só porque é anunciado na nossa língua materna?

Mas o Natal traz também outros fenómenos que me atrapalham os ideais.
Sim! Eu sei que nesta época estamos com o coração mais aberto, com a mente mais receptiva, com a carteira mais disponível (?), despidos de preconceitos, e carregados de roupa até às orelhas.

Mas esta coisa das campanhas, para ajudar os pobrezinhos, os reféns, os aleijadinhos, os bombeiros, a ajuda de mãe, a ajuda de pai, a ajuda do vizinho, os hipopótamos, o Tony Carreira, os gatos perdidos no meio da selva, os macacos dos testes científicos, os vendedores de “Magalhães”, o banco alimentar, os bancos em rotura financeira depois de terem acumulado lucros ao longo de uma pipa de anos, entre muitos outros, não me parece muito oportuna.

São campanhas para tudo e para todos.
O povo lá vai dando, um euro para aqui, um saquito de arroz para ali, um sorriso para o outro, e um “Já dei” para outro ainda.
Admito que há campanhas que aproveitam a festividade e são, de facto, oportunas e desejáveis, mas outras há que se limitam a montar barraca à porta do centro comercial e a arrancar uns cobres em troca de um autocolante que ninguém lê.

Outras perguntas que me atravessam o pensamento são:
“Há alguém que controle isto?”
“Será que o dinheiro que damos, vai mesmo para os que dele necessitam?”
Não sei porquê, mas continuo a pensar que há muita gente que se aproveita da boa vontade nacional.

Serei só eu?

domingo, 30 de novembro de 2008

Vestido Negro


Lá vens tu, com esse vestido negro.
Preto como o breu que trazes no pensamento.
Negro como o olhar que me dás,
em troca de um só momento.
Olho em frente, e lá estás tu...
Linda com esse vestido negro,
amarrotado ainda
pelo peso do meu corpo.

E tu com esse olhar tão negro,
tão presente e tão profundo.
Negro como é negro o manto
que envolve o nosso mundo.
Preto, como esse vestido que trazes
na pele, que te desenha os dias,
que te rasga a vontade,
e que te faz fazer tudo o que fazes.

O teu vestido negro cobre-te o ser,
e disfarça-te a alma.
Esse teu vestido negro
rebenta em pedaços o sentido da calma.

Vejo-te, sempre assim, linda
e perco o sentido.
Já não sei se ele és tu,
ou se tu és o vestido.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Não sabia que eras assim...




Hei!
Passas assim e....nada!

Hoje quase nem me ligaste o dia todo.
Que é que se passa?
Estás naqueles dias?
Não?!
Então porque não falas comigo?

Não digas isso. Não são nada muitas perguntas só para um trocar de olhar.
Lá estás tu com essa mania de meter a poesia em tudo.
Tens a noção, que há gente que não sente, gente que não ouve nem lê?
Sabias que há gente que não se importa e gente que nem vê?
Porque é que te julgas assim tão importante?
Incapaz de olhar para mim, de me dizeres, ao menos, bom dia.

Ah, ah, ah, essa é boa!
Dizes sempre isso, mas só quando te convém.
Agora a culpa é minha!
Eu, que faço tudo por cruzar todos os dias o meu destino com o teu?
Eu, que, todos os dias, bebo a tua luz, respiro o teu ar?
Eu, não!
Eu, não tenho a culpa.
Sabes?
Há coisas que não se explicam e esta nossa atracção também é assim.
A culpa é das palavras, que não nos deixam em paz.
E se, entre nós, não existissem as palavras?
Poderíamos ser tão felizes.
As palavras tudo fazem e tudo desfazem, não é?
Sabes?
Acho que o nosso amor é calado.
Um amor que não se funde enquanto existirem as palavras.

Mas estamos para aqui a falar há séculos e ainda não te disse o que queria.
Não! Calma!
Não vais começar, outra vez, com essas tuas lamúrias.
Não temas, desta vez não te vou julgar, aliás prometi não o voltar a fazer.
E desta vez é para cumprir. Juro.

Irra!
Outra vez?!
Mas eu não sou como todos!
Já me irrita isso que teimas em dizer.
A propósito, isso é o quê? Uma cena de mulheres?
As gajas agora têm todas essa mania, é?

Como?
Gostaste?!
Gostas que te chame assim?

Outra vez?
Não.
Está bem, eu digo.
Gaja.
O quê?
Gaja, gaja, gaja...
Não sabia que gostavas assim tanto.

Se te conhecesse?!
E porque não, se te revelasses?
No fundo estou a ver que o que realmente te atrai, é a vulgaridade.
É curioso. Nunca imaginei isso de ti, sempre te vi de maneira diferente.

Sim, também acho.
Se calhar foi por isso que nunca conseguimos ter uma conversa assim.

Não digas isso.
Claro que tiveste culpa, mas eu também.
Sabes que mais?
O que importa o passado?
Nada!
O que ficou para trás ficou, ponto final.

Vamos começar outra vez.

Adeus semana, vou esperar por ti um ano inteiro.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A Verdadeira Manif

Recebi por e-mail e não resisti.

O Beijo


As ideias mais felizes do mundo, normalmente, são também as mais criticadas e, permitam-me, as mais malucas pelo menos no tempo em que são proferidas. Isso acontece aos melhores. Não quero com isto chamar maluco a ninguém. Foi assim com um número bastante alargado dos melhores exemplares da nossa espécie. E depois, pumba! Com o tempo provou-se que tinham razão. São, como dizem os nossos jovenzinhos, seres muito à frente. Estão a ver a cena? Tipo, sei lá, seres muito à frente. Mas tótil! Assim, tipo, bués.
É curiosa esta maneira de falar, só me irrita um bocadinho porque o corrector do “microsoft word” está sempre a assinalar erros ortográficos. Mas paciência.
É a evolução, dizem uns.
É uma merda de educação, dizem os outros que ainda vivem no tempo em que a palavra pesava um pouco mais que um acto.
Acho que a língua é uma coisa viva e por isso dinâmica (não, seus marotos...já estavam a pensar que eu ia falar no tão polémico acordo ortográfico). Não. Não vou agora. Falo um pouco mais à frente quando não tiver temas suficientemente inócuos para abordar.
O que eu quero focar neste momento é mesmo o que se faz com a língua – o órgão que fica situado na cavidade bocal e que serve para muitas coisas, entre as quais os famosos linguados, não o peixe pleuronecto de corpo achatado, muito apreciado e vulgar na costa de Portugal, mas beijos de fama mundial celebrizados, publicitados e amplificados no nosso país através das diversas telenovelas e filmes estrangeiros de cariz muito, pouco ou mesmo nada duvidoso.
Já pensaram que o beijo foi das coisas que também evoluiu nestes últimos, talvez, 20 ou 30 anos?
É isso, o beijo. Tanto falamos dele, tantos damos, ou pelo menos devemos dar - senão mais vale olhar para o espelho ou ir a correr ao psicólogo mais próximo ou então ir ao dentista. Mas será que alguém já parou para pensar nele? Não no dentista...no beijo! Creio que não.
Pensem lá como seria imaginar certas pessoas a beijarem-se?
É esquisito imaginar o Sr. Presidente a introduzir a sua língua na boca da primeira dama por, pelo menos, 2 ou 3 minutos, ou, por exemplo, Mário Soares oscular longamente Maria Barroso. Seria também estranho imaginar num longo beijo, Luís Filipe Meneses, Manuela Ferreira Leite, Victor Constâncio, Francisco Louçã, Zita Seabra, Jaime Gama ou mesmo Jerónimo de Sousa. Já mais fácil é imaginar, Pedro Santana Lopes, Ana Drago, Nuno Melo entre outros.
Imaginem lá, os vossos avós, ou se conseguirem ir mais atrás vão. ... ... Estão a ver?! Devia ser uma coisa tipo Pepe Rápido, a coisa, quando ia, não ia além do toca e foge.
O beijo não seria mais do que o poisar levemente os lábios nalguma pessoa normalmente de sexo diferente.
Agora não!
Isto demora o tempo que demora, tem o seu ritmo, a sua onda. Tudo se beija, em todo o lado, a todas as horas, e mesmo sem reparar no sexo, ou, às vezes, até no que se está a beijar.
Como estão a ver o beijo evoluiu mas continua, a ser aquela cena romântica, com que um tipo brinda uma dama, e cria aquele ambiente onde, normalmente os nossos jovenzinhos ficam com cara de parvos e todos vermelhos com as borbulhas quase a rebentar.
Serve isto tudo, meus amigos, para dizer que eu atribuo importância ao beijo. Não que tenha personalidade jurídica, mas, para mim, é quase uma entidade no edifício do amor (uau que lindo e tão rasca).
Por isso não acho bem andarem a dar-se beijos por aí a torto e a direito.
O beijo está hoje pelas ruas da amargura, dá-se beijos por tudo e por nada.
Vai um gajo na rua e: “Hei! Olá! Toma lá beijnho.”
Vem um tipo do hipermerado, cheio de sacos, com os putos a berrar, a deixar cair a chave do carro e de repente aparece aquela pessoa que não víamos há séculos, e não nos importávamos de continuar a não ver, e pimba – lá vai beijo.
E pior pior, é o facto de agora todos os jogadores de futebol darem beijos uns aos outros quando são substituídos.
Mas eles dizem o quê?!
“- Olha pá fico imensamente feliz por te ver a entrar em campo, e ainda por cima vais substituir-me, és mesmo romântico, toma lá beijinho.”
“- Oh pá! Eu não estava nada à espera, foi uma coisa que o mister decidiu, e eu fiquei muito sensibilizado, toma lá beijinho.”
Isto é alguma coisa?!
Bem, se calhar, sou eu. Se calhar, estes são dos tais que estão muito à frente. Só que devem estar mesmo muito porque assim, pelo menos eu, não os vejo.
Ora, como teima em dizer uma pessoa amiga, poupem-me.
Ah! Beijinhos para todos

(peço desculpa mas por falta de tempo decidi repetir este post)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Comunicado

Já muito se tem falado do recente comunicado (ao estilo das conversas em família) do Exmo. Sr. Presidente da República, a propósito do caso BPN e das eventuais ligações (que ninguém sabia ou desconfiava) da mais alta figura do estado ao caso.
O blog “Gosto de Ti Assim” foi mais longe e, depois de investigar com todo o afinco e furar por muralhas intransponíveis, teve acesso, em primeira mão e exclusivo, a alguns dos próximos comunicados do Professor Cavaco Silva.

Comunicados agendados para divulgação, à média de um por mês:

1º - Vem o Sr. Presidente da República esclarecer, que, ao contrário do que se possa vir a desconfiar, não teve nada a ver, nem o seu nome poderá ser associado ao divórcio de Amy Winehouse.

2º - Esclarece o Altíssimo Representante da Nação, que, apesar dos boatos que eventualmente não surgirão, não tem nem teve nada a ver com a contestação que Paulo Bento faz frequentemente aos árbitros.

3º - Sua Excia. O Presidente Cavaco Silva, após demorada introspecção, sublinha que o seu nome, por mais que ninguém pense nisso, não poderá estar, ou aparecer, ligado a eventuais avarias que o computador “Magalhães” venha a manifestar depois de ter sido atirado mais do que uma vez ao chão, ter sofrido o derrame de uma ou mais latas de coca-cola, ou ter sido, eventualmente, utilizado como torradeira por famílias de baixos rendimentos com 5 ou mais filhos.

4º - O Professor Aníbal Cavaco Silva, sublinha, que o seu nome não deverá ser, de forma nenhuma, pronunciado ou até sugerido em assuntos que tenham directamente a ver com a resolução dos problemas reais dos portugueses.
Nunca Sua Excia., em actividades passadas ou presentes, se envolveu ou se envolverá por este caminho, sempre tortuoso e sujeito a rumores, oriundos de uma certa parte da população sempre interessada na atoarda ou na balela.

5º - Esclarece o Marido da Primeira Dama, que, neste momento, ainda se encontra a investigar e nem tem a certeza que algum dia tenha sido primeiro ministro deste país, ou até que tenha concorrido ao cargo de presidente da república.
Pelo sim e pelo não, e para evitar boatos ou desconfianças futuras, o Sr. Silva afasta, desde já, todas as dúvidas em relação a qualquer assunto que tenha a ver com o país Portugal, aliás, lugar que mal conhece, e duvida até que exista.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Desafios...ao sabor da corrente.


Apontado pelo indicador que sente o vento no “Rochedo”, que nos suporta o olhar e nos inunda as ideias, venho aqui, na onda calma da corrente, deixar-me levar pelos instintos do desafio.
Sem pregas no espírito que, todos os dias, me reclama a contradição, o desejo, a garra e o sentir.
Sem regras de humano invento, e sem colapsos ou quedas no meu índice de vontade, que flutua ao sabor do momento e da companhia.
Ainda assim sujeito ao jugo do tempo, onde a física se prova, e a lei de Newton se impõe...contrariada, agora na minha vida, pelo relógio que corre devagar e pela ciência que me empurra para a frente, sem que a carne responda ao impulso.
Escolhi por isso algumas músicas de Alan Parsons Project, não por ser o que mais gosto mas por ser o que mais se adequa ao meu momento.

És homem ou mulher? - I Robot
Descreve-te: - Eye In The Sky
O que é que as pessoas acham de ti? – Let’s Talk About Me
Como descreves o teu último relacionamento? – Standing On Higher Ground
Descreve o estado actual da tua relação. – La Sagrada Familia
Onde querias estar agora? – Some Other Time
O que pensas a respeito do amor? – Silence And I
Como é a tua vida? – The Eagle Will Rise Again
O que pedirias se pudesses ter um desejo? – Old And Wise
Escreve uma frase sábia. – Day After Day (The Show Must Go On)

Agitando as marés o desafio segue e convido a NI, Djinn e Pensador.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Eduquê?


Tenho vindo a acompanhar as diversas manifestações, greves, palavrões e excitações dos professores contra a ministra da educação e a aquela coisa das avaliações.
Tenho para mim que a luta deverá ser justa, ou não levaria à rua tantos mestres da pena, giz e quadro negro.
Não, não é! Dizem uns tantos que argumentam com gestos sempre agitados e palavras repentinas atiradas à granada contra tudo o que mexe e se parece com um jornalista.

Nesta luta interminável, creio com todo o ser que o problema principal não será a ministra nem os professores, mas a arbitragem.
É assim como no futebol quando o sporting perde, empata ou ganha.
No sporting aparece sempre o Paulo Bento no final a dizer que o nojo lhe invade a alma, ou, para não ser castigado pela liga de clubes, que a alma lhe é invadida por um sentimento que ele sabe mas não diz.

Na educação, para mim o nojo é-me provocado pelos sindicatos, principalmente pela FENPROF, que seja qual for o governo ou o ministro, o que importa é sair e erguer as bandeiras e a voz contra o ministério.

O Sr. Professor Mário Nogueira é um árbitro nesta luta, presidente do sindicato que durante todos estes anos leccionou apenas cerca de 6 meses, tendo sido candidato a deputado pela CDU de Coimbra entre outras actividades.
Foi eleito para secretário-geral da FENPROF em eleições onde, pela primeira vez na federação, houve dois candidatos tendo atingido uma “maioria confortável” dos votos, mas sem resultados divulgados.
Não me admirava que qualquer dia víssemos ex-governantes, governantes, pais e até professores na rua a exigir a demissão de Mário Nogueira.

Poderão ser justas, como já referi, as lutas dos professores e os seus intentos de elevar o nível de respeito que a classe merece por parte de toda a sociedade e de todo o estado. Mas serão justas as formas como os sindicatos têm, ano após ano, contestado tudo e todos?
Será justo assinar um memorando de entendimento e depois dar o escrito por não escrito?
Não lhes parece que há uma “agenda grevista” elaborada pelos sindicatos para justificar a actividade e o tempo que os seus dirigentes dedicam à causa?
Não será a greve um género de “cosa nostra” da FENPROF?
Não estarão viciados à partida os resultados das negociações do governo com os sindicatos?
Não serão os professores também mal tratados e representados por este sindicato de esquerda que promove viagens a Cuba na sua página na Internet?
Não sou, nem nunca serei, contra a actividade sindical livre e empenhada na defesa dos direitos das classes. Mas são algumas questões que muitas vezes me invadem o pensar.

Começo a pensar que o Sr. Professor Mário Nogueira está para a greve como o Sr. Albino Almeida, presidente da CONFAP (Confederação Nacional de Federações de Associações de Pais – só o nome assusta) está para o governo. São amores que não de dissociam.
E para terminar uma sugestão.

Já que o Sr. Professor Mário Nogueira parece mais interessado em trazer os professores para a rua do que realmente discutir e participar na dignificação do estatuto do professor, pelo menos corte o bigode (é que já nem os árbitros o usam).

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Palavras de um meu rebento...

O Sentimento

Num dia escuro de tempestade,
tudo é o mesmo.
A tempestade abraça a chuva
como se não houvesse amanhã.
As nuvens passeiam pelo mundo fora
querendo ter tudo,
uma última vez.
O céu prende os raios
como se tivesse medo de não os voltar a sentir.
*
*
E eu aqui,
choro,
sabendo que o facto de não te voltar a ter,
não era uma opção,
mas sim uma obrigação.
Nunca mais te vou poder abraçar,
como a tempestade.
Passear contigo,
como as nuvens.
E...prender-te a mim,
como o céu.
*
*
Agora cada vez que abraçar as lembranças
e passear com o medo,
vou lembrar o sentimento
que me prende a ti.
*
*
Obrigado Sofia é com muito orgulho que publico este texto teu.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A dita...mole


Estou farto destas cenas da política.
Já me é difícil distinguir o que é novela ou o que é notícia nas televisões nacionais.
O clique deu-se com esta Sra. que agora governa o PSD e que disse uma frase qualquer que fez as oposições encher as bochechas de ar e soltar uns baldes de perdigotos para os microfones dos jornalistas.

Mas que classe é esta que se arrepia com uma frase, arregaça as mangas e ameaça ir à luta (tipo agarrem-me senão ele mata-me), enche de cuspo as lentes das câmaras de televisão e esbofeteia-se, como se estivesse em jogo salvar os pobres da fome?
Que jornalismo é este que continua a empolar as pequenas coisas em detrimento das grandes ou mais pequenas mas sempre verdadeiras causas?

A política é hoje não mais do que um enredo lastimável, levado à cena com actores desqualificados e sem vocação.
O pior é que o teatro continua cheio com o povo português a assistir e a pagar um preço demasiado alto pelo bilhete.

São sempre as mesmas lutas, os mesmos nomes, as mesmas frases e as mesmas moscas.
Neste país até a merda é sempre a mesma.

O português já nem medo tem da ditadura, o que nos apavora é ficar com a dita...mole.

Será que dava para, em vez da democracia, pararmos de ser parvos nem que fosse por seis meses?

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Será que ainda vale a pena?

Será que ainda vale a pena sentir o teu sopro na noite serena?
Será que ainda vales a preocupação, o desejo, a vontade?
Será que ainda tenho em ti o orgulho da primeira vez?
Será que ainda te valho nos dias em que ninguém te acode?
Será que ainda estás aí, à minha espera, com o teu pensar em branco para eu preencher?
Será que ainda temes a minha próxima gota de suor, nascida da luta do nosso amor?
Será que ainda te olho como te olhei daquela vez?
Blog, desculpa a minha ausência, mas a nossa relação tornou-se assim rotineira.
Algum de nós tinha de fazer alguma coisa, e tu nunca tiveste a coragem de dar o primeiro passo.
Foi bom dar-te um tempo.
Foi bom dar-me o pensar.
Regresso hoje para ti, se ainda me quiseres.
Que dizes?
Será que ainda vale a pena?

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Olímpicos 1

Resolvi deixar assentar a poeira para só agora falar de algumas coisas que me emaranham as ideias há já algum tempo.

A primeira tem a ver com o grande e magno evento desportivo deste planeta (Não! Não estou a falar de nenhum jogo do Benfica), estou a referir-me aos Jogos Olímpicos.

Sejam em Pequim ou noutra cidade qualquer, tenho para mim que as olimpíadas serão o máximo expoente do esforço, da dedicação, do empenho, do suor, das lágrimas, do sangue, e outras destas cenas que mais não passam de lugares comuns.

Uma coisa que me apoquentava há muito era a ideia de que um dia nenhum recorde pudesse ser batido.

Mas Pequim reuniu-se e preocupada com este meu tormento, deu mais profundidade à piscina, melhorou a água, entre outras inovações de carácter técnico e de engenharia de ponta para que os atletas consigam ir mais longe, mais rápido e mais forte.

Mas será que continua a haver o espírito olímpico, ou estamos perante uma farsa técnica que permite que com menos esforço se consiga mais?

Gostava de saber a vossa opinião.



segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Hum!...Começo a preocupar-me...

Cientistas britânicos afirmam ter criado espermatozóides a partir de células-tronco da medula óssea feminina – abrindo caminho para o fim da necessidade do pai na reprodução.

A experiência está a ser desenvolvida por especialistas da Universidade de New Castle que, em Abril do ano passado, anunciaram ter conseguido transformar células-tronco da medula óssea de homens adultos em espermatozóides imaturos.

Em entrevista à última edição da revista New Scientist, Karim Nayernia, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, disse que agora os cientistas repetiram a experiência com células-tronco da medula óssea de mulheres, podendo "abrir caminho para a criação do espermatozóide feminino".

No trabalho, ainda não publicado, Nayernia disse à New Scientist aguardar a "permissão ética" da universidade para dar continuidade ao trabalho, que consistiria em submeter os espermatozóides primitivos à meiose, um processo que permitiria a maturação do espermatozóide, tornando-o apto para a fertilização. “Em princípio, eu acredito que isso seja cientificamente possível”, disse Nayernia.

O estudo, afirma a revista, poderia possibilitar que um dia, casais de lésbicas poderão ter filhos sem a necessidade de um homem, já que o espermatozóide de uma mulher poderia fertilizar o óvulo da outra.

Eu até sou a favor e interessado em toda a evolução tecnológica, biológica e outras cenas terminadas em "ógica", mas...uma "queca é uma queca"
Não evoluam tanto CARAGO!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Para os Grandes Machos Lusitanos




Vejam que impressionante!
(vindo por mail)

Do Arquivo Nacional da Torre do Tombo
SENTENÇA PROFERIDA EM 1487 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO·
(Autos arquivados na Torre do Tombo, Armário 5, Maço7)

"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos.
Total: duzentos e noventa e nove filhos, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres".



Agora vem o melhor:



"El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade aos dezassete
dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região
da Beira Alta, tão despovoada ao tempo, e guardar no Real Arquivo esta
sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo".


Bom fim-de-semana e tentem bater o record!...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Desculpem a Minha Ausência



Amigos gostaria de pedir desculpa por esta minha ausência.

A minha vida levou algumas voltas e as ideias reduziram-se ao tamanho de um feijão fradinho.

Na realidade, de repente, perdi a vontade de escrever.

Como bom português fiquei sentado a ver o que isto ia dar...

Nada! Fiquei como estava antes de ter perdido a vontade de escrever.

Se calhar fui raptado por um daqueles discos voadores que aparecem por aí.

Estou farto de procurar no meu corpo indícios de alguma marca extra-terreste, mas nada!

Nem aos 2 minutos de fama em documentários do canal "Infinito" vou ter direito.

Paciência.

Mas uma coisa é certa! Acho que estou a recuperar a vontade, por isso gostava que não me batessem muito...eu vou voltar.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Shô Tôres


He, he, he, he, he....Ha, ha, ha, ha, ha....Hi, hi, hi, hi. hi, hi........oh pá vocês são demais!
He, he, he, he, he....Ha, ha, ha, ha, ha.......não consigo parar de rir.
É mesmo fantástico.
Vocês contam cada uma...

Nem imaginam a anedota que me contaram.
Então não é que me disseram que o governo ia pagar horas extraordinárias aos oftalmologistas, para eles fazerem o trabalho que deveriam ter feito nas horas normais de trabalho público e não fizeram porque estavam nos seus consultórios particulares ou nas clínicas dos ricos.

He, he, he, he, he....Ha, ha, ha, ha, ha....Hi, hi, hi, hi. hi, hi.....He, he, he, he, he, he, uiiiiiiiii, hi, hi, hi, hi, hi...essa é mesmo boa.

E até um "Shô Tôr" da ordem dos médicos a dizer que isto das listas de espera, é um símbolo da modernidade, é normal nos países mais evoluídos da Europa. Uau Fixe! Já somos mesmo europeus.!

He, he, he, he, he....E eu quase que acreditava.
Oh pá, cada vez tenho mais orgulho de ser português.
Qual Finlândia, qual quê?
Aqui é que é giro. Com estes políticos comediantes, e com estes "Shô Tôres" oftalmologistas, especialistas e outros "istas" cheios de vontade de ajudar o povo. Cheios de vontade de resolver os nossos problemas, sem nunca pensarem em dinheiro mas sempre no bem estar dos pacientes.
Oh pá é mesmo giro!
Uau! Que giro que é Portugal.

Sabem? Eu gostava de ser assim "Shô Tôr".
Já estou a imaginar,.
No consultório:
- Boa tarde.
- B..b..b...boa tarde (não é gaguez, é mesmo medo) Shô Tôr.
- Olhe espere aí 5 minutos que eu já o atendo.
- 5 minutos? Mas eu estou aqui à espera desde as 4 da manhã!
- Boa! Faz bem levantar cedo.
- A consulta estava marcada para as 15 e já são quase 18h....
- E depois? Você acha que eu não tenho mais nada que fazer?
- Mas, desculpe, o Shô Tôr não entra às 14h? Só agora é que chegou!...
- Sim...e depois? Veja lá se quer voltar à lista de espera.
- Ó Shô Tôr! Mas ainda vai demorar muito?
- Não homem. Estou só à espera que passe das 18h, para começar.
- Ah! Pois, entendo...É para as horas extraordinárias....

Será que dava para contratar políticos estrangeiros e bons para governarem este país, pelo menos até as coisas ficarem direitas?
Assim estilo seleccionador nacional. Assim tipo Scolari.
Ou será pedir demais?
Talvez um anúnciozito num jornal de grande tiragem internacional:
"Procura-se político, competente e com provas dadas, para governar pequeno país com a mania que é grande. Exige-se responsabilidade e tomates suficientes para correr com os políticos indígenas à vassourada."
Acham que sou só eu a pensar assim?

terça-feira, 29 de julho de 2008

O "Prêmio"



A sala estava cheia de fumo, não sei se era permitido fumar, ou se estava presente o Sr. Engenheiro.
Pelo fundo da porta notava-se que lá dentro se davam uma boas charutadas, pela exalação que teimava em furar a frincha inferior.

Lá dentro, imagino três ou quatro júris de óculos alojados na ponta do nariz, lendo as últimas novidades dos mais conceituados escritores.
- Então essa picanha vem ou não vem?
- E a minha feijoada?
- Eu já pedi uma caipirinha há mais de meia hora...
Ao fundo uma voz respondia:
- Já vai! Já vai "pôxa"!

Entretanto cá fora, no balcão de atendimento, uma secretária loura, com o cabelo revirado nas pontas, com ar imponente e os seus seios aprisionados querendo rebentar a blusa verde e amarela, recebia as candidaturas.

- Próximo!
- Bom dia.
- Bom dia, "faxavôr".
- Eu vinha concorrer ao prémio.
- Claro! Havia de vir ao quê? Ao açougue?!
- Não! Claro que não!
- Nome da obra?
- Os Lusíadas.
- O seu nome?
- Luís...Luís Vaz de Camões.
- Que engraçado tem o nome do nosso prémio. Nacionalidade?
- Portuguesa.
- Portuguesa?! De Portugal?!
- S..sim!
- Meu Deus! Mas você é o quê? Cego? Ah pois, desculpe, por acaso até é...mas tem outro olho. Não vê ali escrito na porta: "Só se aceitam candidaturas de escritores brasileiros"!
Vá, vá...saia da frente e desampare-me a loja.
Próximo!
- Bom dia.
- Bom dia,o seu nome "faxavôr".
- Eu?! Carolina...Oi garôta...Carolina Jurassi.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

O Tuningueiro


A propósito de um evento que decorreu este fim-de-semana no Porto.
Há uma espécie que me emaranha as ideias.
Uma espécie que não consigo entender, por mais voltas que dê à teoria evolutiva.
São, geralmente, indivíduos do sexo masculino e andam aos magotes, mais na noite do que de dia.

Estes seres são capazes de passar dias e dias seguidos encostados a um qualquer muro da cidade.
À frente deles ostentam carros de várias marcas e de preços mais ou menos avultados.
Penso que os veículos utilizados por esta espécie, a que chamarei “Tuningueiros”, não devem ter ar condicionado porque eles passam a vida fora do carro e com todas as portas abertas.

Os “Tuningueiros” sofrem, normalmente, de várias doenças fruto, creio, de um desvio evolutivo a julgar pela teoria de Darwin.
A primeira atrofia situa-se ao nível da audição. Estes estranhos seres necessitam de ouvir música de forte batida, sempre com um nível de decibéis acima do permitido por lei.
Neste campo a investigação já deu resultados e conseguiu criar tecnologia específica para que os “Tuningueiros” consigam ouvir “ao mais alto nível” a sua música.
Os aparelhos chamam-se colunas de som e amplificadores que, em circunstâncias normais, são utilizados nas discotecas.
Aplicados nos carros produzem um som de tal forma potente que conseguem fazer dançar um morto.
Pena é que o sistema nacional de saúde ainda não comparticipe no preço destes aparelhos tão úteis aos “Tuningueiros”.
Outro dos, mais relevantes, males que afectam esta espécie é o mau gosto.

Um “Tuningueiro” tem uma obsessão pela decoração do seu carro, e é capaz de gastar o dinheiro de um jackpot num par de faróis, dois pára-choques e quatro amortecedores.
Esta obsessão chega a ter contornos idênticos ao vício do jogo.
O mais incrível é que gastam todo este dinheiro para depois ficarem com o carro parado, com as portas abertas e a música nas alturas. Naturalmente ficam sem crédito para o combustível.
São sempre jovens que vacilam entre os 18 e os 25 anos, usam óculos escuros de armação dourada e cabelo espetado ou penteado para trás com dois ou três frascos de gel.
Outra das características do “Tuningueiro” é a indumentária. Camisolas muito apertadas, calças de ganga rasgadas e botas estilo cowboy. Alguns podem também suportar ao pescoço o peso de algumas correntes (sinal de um estado mais adiantado da doença), mas são menos.

Até hoje ainda não há provas da irreversibilidade do Tuning, esta moléstia está ainda em fase de investigação.
Uma fenómeno que faz confusão aos investigadores é:
“Se eles passam o dia sem trabalhar, onde arranjam o dinheiro para sustentar este vício?”
Creio que estas pessoas necessitam de ajuda e de mais atenção das entidades governamentais.
Se existem salas de chuto e clínicas de tratamento para outras dependências, não se deveria fazer o mesmo pelos “Tuningueiros”?

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Não sei se gostei de ti.

Sabes?
Estava a ficar um bocadinho cheio de ti.
É que a coisa estava a enrolar e nunca mais passava.
Sim, eu sei que a culpa também foi minha.
Que sim, que estou numa fase difícil e não, não tenho nada a ver com os teus problemas.
Mas tu sabes como eu sou...preocupo-me contigo.
Conhecemo-nos há quê? 5 dias?
E já aconteceram tantas coisas.
Espero que não fiques amuada com aquelas coisas que eu te disse. Não te zangues, não vale a pena.
O tempo passa e vais ver, amanhã já não é nada. Amanhã já não serás nada, não seremos nada.
A vida é assim.
Como dizem na canção, amanhã é um novo dia.
Mas tens de concordar, também tiveste os teus momentos. Que momentos!
Chego hoje à conclusão que também tu és difícil.
Não gostas que te digam as verdades.
Pensas que podes chegar e trazer contigo quem bem entendes, quando entendes e como entendes.
E ou outros? Sim, e eu?
Achas que não tenho nada a dizer?
Julgas que também não tenho ideias, palavras, sentimentos?
Por alguma vez paraste para pensar, sobre se realmente eu queria ouvir o que ouvi?
E tu? Porque não me ouves?
Também tenho, como tu costumas dizer, "cenas minhas" que eu acho que são importantes e gostava de te dizer.
O facto de seres dona de ti, e aquela mania que "fazes o teu futuro", não muda nada.
Continuo a achar que tens de medir os teus actos e pensar no modo como isso pode afectar o próximo.
É isso! Sabias que existem outros? Os outros que sofrem por ti? Que sofrem por tua causa?
Já pensaste que podias ter vindo cheia de coisas boas? Mas não.
Teimaste nos problemas, nas coisas feias, más, mexeste com todos.
Isso não foi bonito.
Não! Não adianta.
Já vi que não nos vamos entender.
Adeus semana.
São agora dois dias de descanso e depois vem outra nova.
E tu?
Ficas asssim até para o ano.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Triste País


Confesso que ultimamente tenho tido uma espécie de letargia intelectual para escrever qualquer coisa que faça sentido.
Será do tempo?
Estarei triste ou deprimido?
Não sei.
O que sei é que, é-me difícil iniciar qualquer texto que relate o que sinto ou penso.
Não que se tenham acabado os assuntos, não que não haja substância potencial para dar corpo a meia dúzia de linhas, mas porque simplesmente não me tem apetecido.

Assuntos nunca vão faltar nesta nossa "república à beira-mar encalhada".

Por exemplo:
Se o Presidente da República foi visitar as zonas mais deprimidas deste país, porque é que nas imagens o pessoal dançava e cantava?
Ou se era mesmo para visitar as zonas a necessitarem de tratamento psiquiátrico e químico para a depressão ou tristeza, porque não ficou oito dias fechado, com os deputados, na Assembleia da República?
Ou ainda porque não decidiu o Senhor Presidente passar oito dias em todas as cidades do país?
Será só nos Vales do Norte que o povo anda enfadado com esta merda de vida?
Acho que não.

Triste é ter um presidente que julga que com uma visita, os discursos de circunstância e o corta fitas do costume, resolve qualquer problema, escarrapachando a tristeza do povo que o recebe em festa, mas que fica ao largo “cordialmente protegido” pelas grades de ferro, do outro lado da rua.
Triste é termos de assistir a um espectáculo presidencial com sorrisos de conjuntura e as mãos cheias de nada, como quem diz: “Rapazes vamos mostrar ao mundo como esta gente é mesmo triste e deprimida!”

Triste é ler no jornal que Margarida Correia da Silva, uma mulher de 95 anos, morreu à fome no casebre onde vivia em pleno centro da cidade do Porto.
A mesma cidade onde se falou toda a semana em destruir e construir habitações.
Isto sim, Senhor Presidente!
Isto é que é a tristeza do país deprimido a que V. Excia. preside.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O Esquecimento Global

Hoje gostaria de vos falar das mulheres.
Esse enigma da natureza, que nós, por mais que descodifiquemos o código genético da humanidade, nunca vamos conseguir entender.

Calma! Não me atirem já com o que têm mais à mão.
Epa!...Essa passou-me mesmo a razar!...
Calma senhoras.

Acho que a cabeça de mulher funciona...de uma outra forma.
É tudo muito complicado para nós homens que, apesar do esforço intenso e diário, não conseguiremos decifrar.
Para nós o modo de funcionamento da cabeça feminina é assim como uma “Pen Drive”.
Como é que uma coisa tão pequenina pode ter tanta coisa armazenada?
E quando digo tanta coisa, quero mesmo dizer tanta, de muita, enorme, abundante e excessiva.

As mulheres guardam tudo. Menos aquilo que, normalmente nos faz falta.
Uma mulher pode lembrar-se, por exemplo, do dia e hora exactos, da roupa que vestimos, do local onde estávamos, o que comemos, o que bebemos, quem estava à nossa volta, como estava toda a gente vestida e um manancial de outras informações, quando nós, por acaso num dia qualquer, olhamos para uma miúda que passou e nos chamou mais à atenção.
Uma mulher sabe de cor e salteado a decoração inteirinha da casa do nosso amigo, onde só esteve uma vez durante trinta minutos.
Lembra-se de todos os dias que chegamos cinco ou seis minutos atrasados a um encontro.
A mulher tem sempre presente as datas de todos os acontecimentos, grandes, médios, pequenos, ou até aqueles que não são nada disto. E depois, estão sempre prontas para nos atirar à cara uma data, ou porque nos esquecemos, ou porque não nos lembramos.

Minhas senhoras vamos ver se nos entendemos.
Posso ser só eu, mas tenho a impressão que para nós homens as datas não têm grande significado.
Nós vivemos o momento:”Foi muito bom. Óptimo! Fixe e tal...mas chega.”
A nossa memória é tão curta que acaba nos quatro dígitos do pin do multibanco.
A nossa capacidade de armazenamento fica por aí.
Não dá para estar a gravar na nossa cabecinha o dia e a hora a que as coisas acontecem.
Nós nem conseguimos decorar o ciclo menstrual da nossa mulher, mesmo que estejamos com ela há mais de vinte anos.
Não temos "disco" suficiente.

Além, disso, normalmente, são coisas supérfluas.
O que nos adianta dizer por exemplo:”Oh pá! Faz hoje precisamente sete anos e vinte e dois dias que a minha mulher me disse que estava grávida” ou “Hei amigo! Nem imaginas!...Hoje faz nove anos e sete dias que a minha mulher estava constipada.” ou ainda “Hei, cum caraças!....Esqueci-me da data do nosso primeiro beijo...ela vai-me matar!”
E, além do mais, para que serve este tipo de informação?
E vamos, agora, arranjar uma contendazita por causa disso?
É preciso chegar a tanto?
E a data do casamento? Para nós também não é assim tão fácil.
Aliás, tenho para mim, que quem inventou as alianças foi, certamente, um homem.
Sim!
Só um homem teria a feliz ideia de gravar, por dentro em letras pequeninas a data e...já agora, não vá o diabo tecê-las, o nome da respectiva esposa.

Por isso, minhas senhoras, os homens só têm obrigação de saber duas coisas.
1º A data do casamento
2º O nome da esposa.
Senhoras, não seria preferível compreenderem isto de uma vez por todas?
Para bem do vosso casamento, ajuntamento ou seja lá o que for.

Lembrem-se:
É injusto que a mulher, que tem a capacidade exagerada de memorização em relação ao homem, utilize essa arma como argumento numa discussão.
Não é biologicamente possível nem legítimo este combate.
É como tentar derrubar com um sopro a Torre dos Clérigos.
Não dá.
É o esquecimento global!
Ainda por cima nos calendários, situados habitualmente nas oficinas de automóveis, os homens olham sempre para a fotografia nunca para os dias.

Penso que, no que respeita à memória, o homem só conseguiu ir até ao código binário, a mulher necessita de estudo mais aprofundado, pois encerra em si um dos grandes segredos do universo.
Penso que já entenderam o meu ponto de vista.

Agora o que realmente interessa.
Pois se a mulher tem assim uma memória tão vasta, alguém me explica porque nunca é capaz de saber onde está o comando da televisão, o CD, a revista que nós gostamos de ir lendo, ou então não sabe o que fez à camisola que, apesar de estar já um pouco usada, nos faz sentir bem e confortáveis, nunca sabe quem avariou o telemóvel, quem riscou o carro ou quem deu cabo do nosso portátil?