sexta-feira, 19 de março de 2010

Yes we can!


Última Hora:

Este blog acaba de descobrir, uma vez mais pelas fontes do costume, a verdadeira razão das visitas de Sua Santidade, e Barack Obama ao nosso país.
Segundo dados que conseguimos apurar, quer Bento XVI, quer Barack vão ser ouvidos na Comissão de Ética da Assembleia da República.
A Comissão necessita de alguns esclarecimentos do Papa, depois de ter ouvido que ele usa uma “opa” em diversas celebrações. A Comissão tem desconfianças que possa ser uma “opa hostil” lançada sobre o antigo canal da igreja vulgo TVI.
Quanto ao Presidente dos Estados Unidos, só vem cá porque lhe disseram que ele era o único que ainda não tinha sido ouvido na Comissão e decidiu, depois do cão, experimentar uma coisa verdadeiramente portuguesa.

Pais...mas poucos!


"Mais de 54 milhões de europeus vivem sozinhos e dois em cada três lares não têm nenhuma criança, segundo um relatório sobre a evolução da família na Europa, apresentado no Parlamento Europeu. O documento foi elaborado pelo Instituto de Política Familiar (IPF)"in Primeiro de Janeiro
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A notícia é alarmante.
À primeira vista, digo eu.
Mas nesta "Era Económica", onde quem manda só vê números e não pessoas.
No tempo em que o Homem mata à fome o outro homem, com a bandeira da economia na mão.
No mundo gerido pela especulação - qual luta "glória" contra tudo e contra todos.
No suspiro final do tempo dos recursos naturais.
No tempo, sem tempo, de correrias, de atropelos, de teclados, gráficos, bolsas, violência, poluição, de cinzentões e cinzentonas.
Será lúcido perguntar:
Vale a pena pôr uma criança no mundo?
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Apesar de tudo, acho que sim.
Vale pela coragem, pela experiência única, pelo despertar da consciência, da responsabilidade.
Vale pelos sentimentos que se misturam numa amálgama rodopiante.
Vale, também, pela luta que será deixar-lhe um legado limpo.
É esse o nosso dever.
A solução mais fácil será, na minha opinião, não gerar.
Porque, para mim, não há nada mais importante do que sentir os braços dos meus filhos contra o meu corpo, e aquelas vozes sorridentes a dizerem:
"Amo-te papá!"
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quarta-feira, 17 de março de 2010

Kit-Rolha



Peço desculpa por ter estado um pouco afastado, mas impus a mim mesmo uma espécie de “Retiro Espiritual”. Passo a explicar, depois de vos confessar um pecado.
Primeiro o pecado.
Sim eu segui, ao pormenor, todo o congresso do PPD/PSD onde estavam os da JSD, os TSD e creio...mas não posso afirmar, vá lá...algum LSD. Pelo menos, a julgar por algumas intervenções e discursos, um ou outro orador das duas uma, ou estaria com a doença de Pick (vão lá ver o que isto é) ou então era o LSD a falar por eles. Adiante.
Seguindo a explicação do meu retiro.
A malfadada “Lei da Rolha”.
Quis experimentar a mesma sensação que terá um militante laranja a 60 dias das eleições. Caladinho que nem um Pisco!
Não gostei! É uma seca.
Não deu resultado nenhum e faltou-me informação.
A lei é nova. Concluí que estaria ainda muito mal explicada e eu não sou jurista.
Surgiram-me algumas dúvidas durante o processo e por isso decidi acabar com o meu retiro.
Aconselho os militantes a não seguirem o meu exemplo (aliás não sou exemplo para ninguém mas isso é de outro congresso), sob risco de ficarem seriamente perturbados, quase como ficou o Jardim com a declaração de amor do Pedro Passos Coelho.
Mas voltemos às dúvidas que um verdadeiro militante do partido da senhora que vai contra as câmaras de televisão e tenta acabar com um canal em directo (podia fazer uma graçola que envolvesse o Sócrates e a Comunicação Social mas não é este o intuito deste artigo), enfrenta na hora do cumprimento do dever de obediência à “Lei da Rolha”.

Ponto nº 1: Que tipo de rolha deve usar? Cortiça ou plástico? Carica ou de rosca?
Ponto nº 2: De que cor?
Ponto nº 3: O que fazer com ela?

Depois de muito investigar, este blog teve acesso, uma vez mais por fontes pouco dignas, a informação ultra-secreta obtida por escutas ilegais.
Para por em prática esta inovação legislativa, o PSD está já a desenvolver uma completa indústria produtiva. Admirados?
Serão comercializados para todos os militantes Kit’s-Rolha.
Cada Kit-Rolha, uma embalagem de cartão canelado cor de laranja, contém uma rolha de cortiça alentejana, um pacotinho de algodão em rama, e um tubo de pomada preta*. Tudo hermeticamente protegido e acompanhado de um guia de utilização.
Passo a citar:

“Caro companheiro e amigo, acabou de adquirir um Kit-Rolha, a última e mais avançada forma de proporcionar ao Presidente do nosso Partido uma liderança tranquila, testado em Portugal durante décadas no período áureo da governação democrática do Dr. Salazar.
Embora não se conheçam efeitos secundários adversos à condução de tractores agrícolas, o seu uso poderá provocar efeitos secundários não documentados.
Se for esse o seu caso contacte de imediato o Centro de Desintoxicação Laranja mais próximo da sua área de residência.

Modo de utilização:
1 – Remova a protecção da Rolha.
2 – Com as mãos lavadas, coloque a rolha no seu orifício natural que emite som capaz de perturbar a tranquilidade do nosso Líder.”

E o algodão e a pomada preta, perguntam os senhores e fazem muito bem.
A resposta vem a seguir em letrinhas muito pequenas.

“NB: O algodão e a pomada preta devem ser utilizados só em casos extremos. Quando o militante, por engano, tiver introduzido a Rolha no orifício errado."

*Pomada Preta – Anestésico Anal Extra Forte

quarta-feira, 10 de março de 2010

Tem Dias!




Além do Dia de Receber, não morro de amores pelos "Dias De":

São várias as razões em que fundamento esta ideia. De tão variadas apenas vou expor algumas o que, por si só, representa já um esforço de síntese quase tão bom como as declarações de Joaquim Oliveira para recusar ser ouvido pela Comissão de Ética da Assembleia da República.

Mas o "Dia De" qualquer coisa faz-me comichão, precisamente na zona do cavado poplíteo, uma parte que não é fácil de coçar principalmente se formos na rua com muitas pessoas por perto, fazemos figura parva e ainda podem pensar que estamos a apanhar morangos ou algo muito mais deselegante.

Daí que resolvi falar deste enorme problema que me atormenta. Serve para desabafar e sempre vou cumprindo as indicações do meu psiquiatra, para que evite recalcamentos.

Sem querer ser fastidioso peço para centrar a abordagem ao tema, por exemplo, só neste mês de Março.
Ainda há coisa de 2 derrotas do FCPorto atrás, se comemorou o Dia da Mulher e já aí está o Dia do Pai!!!

Acho, no mínimo, pouco democrático.
Afinal quem é que teve autorização para marcar estes dias, um a seguir ao outro?
Houve alguma intenção?
Alguma norma?
Foi discutido pelas Associações de Pais? (Bem por essas não acredito, discutem sobretudo as marcas dos cadeados que vão fechar as portas das escolas.)

Só pode ter sido por uma mulher. Isso mesmo! Por uma mulher.

Calma eu explico.

Porque carga de água se comemora o Dia da Mulher e depois o Dia do Pai?
Dia da Mulher! Dia dedicado a elas, quando devem ter tudo, quando podem fazer tudo, ter todos os miminhos, ir a todo lado umas com as outras, ter descontos nos bares, lojas, receberem rosas na rua só porque é o seu dia, etc...enfim, é liberdade total.

E o que deixam para nós?
O dia do Homem?
Não!
O Dia do Pai.

Que é como quem diz, vá lá para não ficares amuado aqui tens um diazito para ti, mas não te esqueças que tens filhos e tens de estar em casa a horas.
Não podes sair com os amigos, porque os meninos querem partir-te as costelas todas saltando-te em cima durante 3 horas seguidas e construir pela enésima vez o puzzle do Spongebob.
Como recompensa levas um azulejo, pintado à mão, com um boneco de bigode que diz Pai.
Ainda por cima, porque é o teu dia, és tu quem lhes dá a papa, o banho (só para socializares com o teu filho), vestes o pijama, e aguentas, sempre com um sorriso, 5 horas de berreiro até ele adormecer. Bonito!
Por estas e por outras é que me aparece a tal comichão no cavado poplíteo!

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terça-feira, 9 de março de 2010

É Limpinho!




Meu Deus! Que coisa incrível! Uau!...
Oh pá...é mesmo fixe!
São aos milhares as crianças, jovens, adultos e velhos, cães, gatos, canários, pintassilgos e outros que se preparam para o grande evento deste mês. Mas está tudo maluco?!
Já estou a imaginar algumas das conversas desse dia:

- Nuno a pé tão cedo, filho! (Nuno tem agora 19 anos é estudante e usa aparelho nos dentes só porque é moda)
- Eiiiiiii...Já vais começar?
- Calma filho! Estou só surpreendida, como é sábado...
- Hoje tenho muito que fazer.
- Credo filho! Resolveste limpar o teu quarto?!
- Não fechas bem a tampa, pois não? Achas?! Tenho mais que fazer...
- Vais sair?
- Vou.
- Quando voltas?
- Sei lá...vou limpar Portugal.

Desde esse dia Nuno, de esfregona em riste, deixou de ser apenas um adolescente da juventude social-democrata. Hoje é D. Nuno o Limpador. Um rapaz doido pelo esfregão e água tépida, sabe tudo sobre o Sonasol verde, o Ajax e o Scotch-Brite....quer limpar Portugal, mas o seu quarto não.

Dia 20 vamos todos Limpar Portugal.
Acho brilhante esta ideia (embora um recuso de humor fraco, brilhante é adjectivo propositado). Já estou a imaginar uma resma de gente a varrer tudo o que lhe apareça à frente. O povo aos gritos que, em vez de cartazes com o tradicional “ Quero Trabalho”, ostenta agora vassouras e apanhadores , comprados nos chineses, e grita “Quero Esfregão”.

Este dia não deveria ser permitido pelo governo, facultará a saída de divisas, aumentará a taxa das importações e engordará a economia chinesa.
Nem me parece bem trabalhar de borla para os senhores que administram as empresas de tratamento dos resíduos urbanos. Eu sei que é um bom golpe publicitário e não é novo. Já o homem da sucata tinha tentado limpar os cofres do Estado antes de sofrer um enfarte na prisão. É que os cofres do estado são muito trabalhosos e causam muita canseira e irritação.
Por isto tenham cuidado, se querem limpar, limpem mas devagarinho.

Mas tal como disse atrás, não seria melhor começarmos por limpar o nosso próprio quarto? Talvez não. E se limpássemos primeiro a nossa classe política? Era capaz de ser demorado...entendo.
E que tal limparmos a Justiça dos abutres amigos dos amigos, que são amigos daqueles que com os amigos decidem nunca condenar um amigo? Já vi que não.
Já sei! Vamos limpar o sebo a uns quantos que nos fazem de parvos todos os dias? Pois...demasiado violento.
Já vi que o melhor é continuar assim.
Dia 20 vamos ter um país com menos papéis e pontas de cigarro nas ruas, mas com a mesma merda de sempre colada aos nossos sapatos.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Mulher


Faz-me feliz assim,
como ontem tu fizeste.
Diz-me que não, outra vez,
mas fala-me sempre do sim,
como ontem tu falaste.

Faz-me feliz assim,
como ontem tu fizeste.

Foge de mim, outra vez,
mas corre sempre por mim,
como ontem tu correste.

Gosto de ti assim, exactamente como és.
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Não sou muito dado a esta coisa do dia da mulher, preferia que hoje se comemorasse o dia do sorriso. O dia em que um sorriso responderia a um beijo dado com sentimento e com verdade. O dia em que fossemos capazes de dizer a uma mulher "Gosto de Ti Assim - exactamente como és."

sábado, 6 de março de 2010

Que não haja mais nenhum Leandro!




Este texto foi-me enviado pela Fernanda e toca num daqueles que eu penso fazerem parte dos verdadeiros problemas desta sociedade. Ao invés de brincarmos “às casinhas” ou “aos países” podemos, de quando em vez, pensar em questões que vão escorrendo pelas nossas mãos sem que as lavemos de vez. Este caso é um de muitos que inundam os nossos dias mas que teimamos em desvalorizar. Para mim, este é um dos principais problemas da nossa escola, da nossa rua, da nossa casa. Não me lembro que algum dia, qualquer responsável tenha ocupado 5 minutos de tempo de antena para o debater convenientemente. Em abono da justiça, de igual modo, nunca vi nenhum movimento, manifestação, protesto ou crítica das associações de alunos sobre esta questão.
Algo vai realmente mal quando uma criança não vê outra saída que não seja matar-se.
Obrigado Fernanda. Este é um blog aberto a todos onde todos podem colaborar.


Desta vez, não consigo ficar calada! Sou mãe, mas mesmo que não fosse, não conseguiria ficar indiferente ao que aconteceu a Leandro, o jovem de 12 anos que cansado das agressões dos colegas, decidiu colocar termo à vida atirando-se para o Rio Tua. Um acto que demonstra o desespero em que se encontrava esta criança.
Agora e só agora, procuram-se os responsáveis.

Todos sabiam que Leandro era constantemente agredido.
Mas nunca ninguém fez nada – nem os responsáveis da escola, os professores e funcionários, que tinham a obrigação de intervir. E os pais, porque agora sabe-se que são vários os casos de violência entre os alunos daquela escola, tinham por obrigação denunciar esses casos.
Como mãe, sinto-me revoltada! Se fosse meu filho, não descansaria enquanto os culpados não fossem castigados.

É verdade que a violência escolar sempre existiu – quem nunca foi provocado ou alvo de chacota por parte dos colegas? Mas hoje, a situação é mais preocupante, são mais frequentes e mais violentas as agressões físicas e psicológicas. Como pais devemos estar atentos ao comportamento dos nossos filhos e a sinais que poderão indicar actos de violência, sofridos ou aplicados a outros. Sim, porque também deve ser dada uma maior atenção aos autores destes actos de violência – comportamentos que devem ser trabalhados, para que no futuro não se transformem em algo pior.
Também aqui, digo eu, porque não sou nenhuma especialista, os pais também devem ter um papel mais interventivo na mudança de comportamentos violentos dos seus filhos, o que infelizmente nem sempre acontece.

O meu filho vai para o 2º ciclo no próximo ano lectivo, e confesso que me sinto assustada com o que ele poderá encontrar na nova escola, um mundo totalmente diferente ao que estava habituado. Com certeza que muitos pais concordarão comigo.
Esperemos que depois do Leandro, sejam tomadas medidas para que casos destes não se repitam!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Quanto custa a Fé?




Eu sei que são difíceis estes caminhos da religião, e todas as opiniões terão de ser ponderadas antes de encarreirar meia dúzia de caracteres sobre o tema.
Por serem isso mesmo, meia dúzia, não irão, com certeza, abraçar todos os prós e contras do assunto que hoje me proponho deixar à vossa consideração.

Não sei porquê mas tenho a ideia que a próxima visita que o Papa Bento XVI vai fazer a Portugal não será oportuna.
Desde logo Bento XVI não representa a simplicidade, humildade, simpatia, dor, alegria genuína, compreensão, que tinha João Paulo II. Na sua imagem, por mais que seja verdadeiro, o actual Pontífice carrega o peso do Papa Ministro do Sistema Clerical e não do Ministro de Deus junto do povo. O Homem do sofrimento, e da esperança.
É mais um administrador de bens e não um administrador de almas.
Nunca seria fácil suceder a João Paulo II, e admito que a minha ideia possa estar retorcida pela empatia que senti pelo Homem que foi Karol Wojtyla, mais do que pelo cargo que ocupou.
Num tempo de grandes tragédias sempre me pareceu que o Todo Poderoso Vaticano não faz tudo o que poderia e deveria fazer.
Considero que, mais importante que visitas de estado, a Igreja, com todos os meios que tem à sua disposição, poderia e deveria assumir e patrocinar uma intervenção mais abundante junto dos mais necessitados.
Sempre me fez impressão a opulência do Vaticano e da Igreja Católica de um modo geral.

Ratzinger vem a Portugal com uma comitiva de 90 pessoas, e receberá honras estado particulares.
Os meios envolvidos para organizar e publicitar este evento deverão atingir valores significativos. Dinheiro que há-de vir da própria Igreja, de mecenas e naturalmente do Estado.

Será isto compreensível para um português idoso que vê negada uma mão cheia de comparticipações em medicamentos para idosos, que continua a não ter uma refeição digna e uma consulta médica a horas, que, entre muitas outras coisas, apesar da baixa reforma terá de pagar cada vez mais impostos?

Creio bem que sim.
Tal como o euro 2004, a visita do Papa será o folclore que há-de fazer esquecer os dramas do dia-a-dia, nem que seja por um breve par de horas.

Não é só pelos 200 mil euros que custará apenas o palco de Lisboa que vai suportar o peso de Bento XVI e da comitiva na sua visita oficial a Portugal, mas será que é oportuna esta visita?

quarta-feira, 3 de março de 2010

Tá Lá! Fala o Senhor?

Foi recentemente criada em França uma linha que permite às pessoas confessarem-se por telefone. Ao que creio esta deve ter sido uma ideia de um português.
Admirados?
Já explico.
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Este é um serviço de um operador multimédia inaugurado em plena Quaresma.
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Esta é a mensagem automática quando se liga para “A Linha do Senhor”:
“ Para ajuda sobre a confissão marque: 1”
“ Para confessar-se marque: 2”
“ Para ouvir algumas confissões marque: 3”
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Como é?!
Para ouvir algumas confissões marque 3?!
Pensava que as confissões fossem segredo Divino, e não o português Segredo de Justiça.
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Agora entendo como podem ter transpirado tantas informações confidenciais para os jornais do nosso país.
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Depois de uma afincada investigação as nossas fontes conseguiram apurar que são vários os portugueses que utilizam este serviço para aliviar as suas culpas.
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Violando o segredo (porque foi uma coisa que sempre quis fazer e porque está na moda) ainda por cima violando um segredo bem mais importante do que o de Justiça, uma vez que é Divino, aqui apresento, em primeira orelha, uma pequena transcrição de uma confissão:
(vou carregar no 3)
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- Tá lá! É o Senhor?
- Sim meu filho. Ao que vens?
- Era por causa da confissão...
- É só um momento, vou ligar o gravador.
- Gravador?!!!
- Não te apoquentes rapaz, é só uma por uma questão de protocolo.
- Bem...sendo assim.
- Vá lá, diz.
- Senhor, eu me confesso...
- Blá, blá, blá, vá rapaz passa essas cenas à frente.
- Bem...na realidade, eu sabia. Sim eu sabia! A PT ia comprar a TVI.
- Oh! Grande coisa! Isso toda a gente sabia, meu rapaz, até a Ermelinda que passa a ferro na casa da Manuela. Mais.
- Bem...eu, com rigor, também não sou engenheiro...quer dizer sou e não sou...é que...
- Sim...e mais?
- Eu juro, eu juro por Ti, que não tive nada a ver com o Freeport.
- e....
- Nem mexi uma palha nos lixos da Cova da Beira.
- Pois...e o apartamento?
- O apartamento estava em saldo na Remax.
- Mentiroso!
- Ok. Foi na Era Imobiliária.
- Hum...e a sucata?
- A sucata não! O meu carro é novo e custou uma pipa de massa.
- E os robalinhos?
- Gosto, mas grelhados com molho verde.
- Confessas então um pecado, certo?
- S..s..sim.
- Vai lá em paz, meu rapaz.
- Só isso?! E a penitência?
- Penitência?! He he he...espera, o Alegre trata disso...
- ...da-se!

terça-feira, 2 de março de 2010

Sinais de Fósforo

Sou, há muito tempo, admirador de Miguel Sousa Tavares.
Como jornalista e escritor.
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Gostei muito da entrevista que ele fez ao autor do livro, ex-PJ, sobre a menina inglesa desaparecida no Algarve.
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Esclarecedora e no mínimo...sucinta.
Esclarecedora porque todos os portugueses ficaram a saber o que pensa Miguel Sousa Tavares sobre este caso.
Sucinta porque, nos breves 15 ou 20 minutos de horário nobre da SIC, o convidado não deve ter ido além de 2 ou 3 minutos no uso da palavra.
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Será que Miguel (Sr. Doutor como era tratado por Gonçalo Amaral) é no fundo um pupilo de Manuela Moura Guedes na arte de entrevistar?
Será que Miguel Sousa teve um ataque de saudade do tempo em que comentava na TVI?
Será que Miguel Sousa Tavares tinha alguma intenção, para além da legítima, ao entrevistar Gonçalo Amaral?
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Não me pareceu o jornalista coerente e frontal que é.
Pareceu-me mais ter cedido à tentação da polémica na guerra pelo share.
Para além dos dedos amarelos do fumo do seu convidado apenas fiquei com uma imagem na minha cabeça: A de Miguel Sousa Tavares, de dentes afiados, olhos arregalados e faca em riste ameaçando o ex-inspector - "Diz já que é tudo mentira ou tiro-te o pio!"
E depois o pior e que não me deixa dormir:
Imaginar Miguel Sousa Tavares e Manuela Moura Guedes juntos num só.
Acho que o botox não lhe acentará bem.
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Há dias de merda.
O Miguel é e será sempre um exemplo para todos os jornalistas, mas não com entrevistas assim.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Tomates da Madeira


Sempre senti um tipo de atracção mental e esquisita por Alberto João Jardim.
Pela figura, pela postura, pela arrogância, pela maneira como, com a maior das facilidades e astuta argumentação, é capaz de degolar ou beijar qualquer ser que lhe apareça pela frente.
Dependendo da frente que lhe fazem, qualquer mortal se arriscaria a apanhar meia dúzia de impropérios em dia mau para o Dr. Jardim. Apesar de muitas entrevistas nunca achei que houvesse um jornalista (provinciano do continente) que lhe fizesse uma entrevista, completamente limpo de preconceito. Para todos estará, mesmo inconsciente, a ideia associada do ditador da Madeira umas vezes, do palhaço insular tantas outras. Sempre em busca de uma frase, um pensamento, um gesto que desencadeie um incêndio intelectual com o Portugal dos pequeninos, ou com o PSD dos grandes.
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Confesso que a minha admiração por Alberto João é de carácter humano e poderá, por muitos ser considerada: “Tu não tás bom da cabeça!”
Tudo bem eu aguento.
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Quem é realmente este homem capaz de representar o estado ao mais alto nível com a mesma facilidade com que desfila mascarado pela sua Madeira, ou, com a maior simplicidade, desenvolve um rol de nomes menos familiares sobre os seus queridos inimigos enquanto mastiga uma sandes de carne de vinha d’alhos no Chão da Lagoa.
Um homem feliz.
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O sorriso que sustenta habitualmente, é, para mim, indicador de um homem que só pode estar feliz. Feliz com o que faz, feliz com o seu povo, a sua causa e, até feliz, com os imbecis que se “metem com ele” - exactamente por fazerem isso mesmo.
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Considero João Jardim um ser genuíno. Um homem que não sendo do povo, é o povo. Um homem de tomates. Capaz de brincar com aqueles que brincam connosco fazendo-se passar por sérios toda a vida. Capaz de reduzir a política de circunstância e de circunstâncias que nos tem governado à sua verdadeira importância. Nada.
Alberto Jardim enquanto viver terá sempre um microfone à frente porque sempre que saltar na sua ilha, o continente há-de sentir a onda de choque.
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São estes homens inteligentes e felizes que me admiram particularmente.
Os que sempre serão capazes de mudar de opinião a bem do real interesse público. Capazes de admitir que uma coisa é a política galhofeira e outra é a vida dos seus cidadãos.
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É este homem que, quando o problema real e grave lhe bateu à porta, arrumou os brinquedos políticos na prateleira e se mostrou estadista.
Solicitando, reconhecendo e elogiando a ajuda dos que sempre combateu. Manifestando a humildade de quem arregaça as mangas para resolver.
Este é um dos grandes poderes.
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Não será tudo ouro ou azul na condução democrática dos destinos da Madeira, mas é justo perguntar: E aqui no continente é?
Será mais limpa e transparente a constância do Sr. Jardim ou a dos poderes, lobbies, e afins que os políticos do continente têm demonstrado ao longos destes 30 e tal anos de democracia?
Ao meu lado irei sempre preferir quem se assuma. Nos bons e nos maus momentos.
Força Madeira.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Anda uma coisa a roer-me a orelha


Caros amigos, já ,há mais tempo do que devia, aqui não vinha. Hoje, por mero acaso, fui à caixa de correio deste blog e fiquei impressionado com a quantidade de mails que muita gente me mandou. Pessoas preocupadas, curiosas, algumas sugestões, muitos incentivos, perguntas...e alguém que me pede delicadamente: "Porra! Escreva qualquer coisa! Ou ainda leva com um barrote pela cabeça abaixo!"
(para quem não sabe Barrote é um pau bastante encorpado e pesado que habitualmente se usa na construção civil). Com um pedido assim tão terno quem é que é capaz de resistir? Eu não!
Um barrote é um barrote, e parece que aquilo é bem capaz de magoar.

Pois muito bem, aqui estou eu a tentar fintar a pancadinha.

Mas escrever sobre o quê?
Passou-se alguma coisa na minha ausência?
Algo importante?
Não, eu digo REALMENTE importante.

O Sócrates ainda é primeiro ministro?
Ainda tem o mesmo telemóvel?
E quando alguém o escuta no telemóvel a chamada é mais cara, uma vez que está a falar em conferência?
Sim e não e não? Então tudo está exactamente na mesma.

Mas esta coisa das escutas mexe um pouco comigo.
Sempre que falam no assunto a minha imaginação fervilha.
Não que me preocupe a questão dos direitos privados e blá blá blá....disso falam os senhores que não são ouvidos, nem nunca terão categoria suficiente para serem escutados.
O que realmente me fascina é poder imaginar como será o dia dos funcionários das escutas.
De manhã há reunião para os distribuir.
- Agente X, hoje está destacado para escutar o Vara.
- Fixe Chefe!
- Agente Y, ora vamos lá ver...ah! Hoje vai ouvir o novo CD dos Buraka Som Sistema.
- O quê! Porquê eu?!
- Chegaste atrasado.
- Certo Chefe!
- Eu vou para ali, eh eh eh, vou ouvir o Sócrates.
- Há novidade Chefe?
- Não. Mas estou interessado em saber se ele sempre comprou a Sport TV.
- A Sport TV?!
- Claro! É a única televisão que nos fóruns não fala mal do governo. Isto cheira-me a esturro...