terça-feira, 2 de março de 2010

Sinais de Fósforo

Sou, há muito tempo, admirador de Miguel Sousa Tavares.
Como jornalista e escritor.
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Gostei muito da entrevista que ele fez ao autor do livro, ex-PJ, sobre a menina inglesa desaparecida no Algarve.
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Esclarecedora e no mínimo...sucinta.
Esclarecedora porque todos os portugueses ficaram a saber o que pensa Miguel Sousa Tavares sobre este caso.
Sucinta porque, nos breves 15 ou 20 minutos de horário nobre da SIC, o convidado não deve ter ido além de 2 ou 3 minutos no uso da palavra.
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Será que Miguel (Sr. Doutor como era tratado por Gonçalo Amaral) é no fundo um pupilo de Manuela Moura Guedes na arte de entrevistar?
Será que Miguel Sousa teve um ataque de saudade do tempo em que comentava na TVI?
Será que Miguel Sousa Tavares tinha alguma intenção, para além da legítima, ao entrevistar Gonçalo Amaral?
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Não me pareceu o jornalista coerente e frontal que é.
Pareceu-me mais ter cedido à tentação da polémica na guerra pelo share.
Para além dos dedos amarelos do fumo do seu convidado apenas fiquei com uma imagem na minha cabeça: A de Miguel Sousa Tavares, de dentes afiados, olhos arregalados e faca em riste ameaçando o ex-inspector - "Diz já que é tudo mentira ou tiro-te o pio!"
E depois o pior e que não me deixa dormir:
Imaginar Miguel Sousa Tavares e Manuela Moura Guedes juntos num só.
Acho que o botox não lhe acentará bem.
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Há dias de merda.
O Miguel é e será sempre um exemplo para todos os jornalistas, mas não com entrevistas assim.

11 comentários:

Anónimo disse...

Antes de mais, uma saudação muito especial pelo seu regresso.
Quanto ao post estou totalmente de acordo. O MST é um dos melhores jornalistas portugueses, mas ontem esteve muito mal. Espero que a passagem pela TVI e o longo afastamento não tenha adulterado as suas qualidades.
Gostei dele quando entrevistou o Sócrtes, espero que ontem tenha sido apenas um dia mau.
Grande abraço

Sarraceno disse...

Caro Victor Cardoso.
Foi com imenso prazer que descobri o seu espaço e congratulo-me por falar com um vizinho. Também moro em Vila Nova de Gaia.
Sobre MST, tema deste post, confesso que não vi a entrevista, mas estou de acordo com o senhor na apreciação que lhe fez.
Como jornalista, mas muito mais como escritor, MST transcende quanto a mim, o poder criativo de um bom escritor. É perfeito na sua escrita, quase sublime na maneira descritiva. Perfeito nos diálogos e condução do enredo, prende o leitor de princípio ao fim com a intensidade de se querer ler tudo muito rapidamente.
É assim que devoro os seus livros.
Como comentador, quase o abomino.
Não é propriamente alguém que se movimente na arte do contraditório, mas é um espírito de contradição absoluto.
Em qualquer tema debatido, quaisquer que sejam as respostas obtidas, se não forem aquelas às quais a sua opinião já está formada, ele não discute mas insurge-se, chegando mesmo por vezes a raiar a fronteira da agressividade.
Presumindo de objectivo e dono da verdade, a raiva incontida fá-lo ser malcriado para com o seu opositor.
Como comentador ou entrevistador, nunca o ouço. Ouvi-o sim no passado, mas de há muito que o cataloguei daquele género de pessoas que pensam assim. Podemos dizer tudo o que queremos e nos apetecer, mas a nós que não no-lo digam porque senão temos o caldo entornado.
Foi um prazer visitá-lo, e continurei certamente.
cumprimentos

NI disse...

Não vi a entrevista porque estava a fazer um parecer que exigia a minha concentração. :)

Concorde, ou não, com algumas das posições assumidas pelo MST, quer enquanto comentador, quer enquanto cronista, sempre admirei a sua frontalidade, sendo certo que por vezes se pode confundir com arrogância. O Miguel Sousa Tavares é um homem de convicções. E, muitas vezes, não consegue encontrar aquele equilíbrio que é necessário quando estamos a dialogar com alguém. Um diálogo é uma conversa com uma ou mais pessoas e o que acontece na maioria das vezes é que ele monopoliza o diálogo e não permite que o(s) outro(s) manifestem a sua opinião.

Beijo

Fernanda Alves disse...

Confesso que não sou grande fã do Miguel Sousa Tavares como entrevistador, e nem sequer como comentador. Nesta entrevista não resistiu à mania de comentar, quando não deveria estar nesse papel. Excedeu-se - fazia as perguntas e respondia ele próprio. Não dava sequer a hipótese de Gonçalo Amaral defender-se. Tentou fazer o mesmo na entrevista a José Sócrates, mas acabou por não conseguir - nalgumas situações até acabou por ficar algo atrapalhado com a capacidade de resposta do primeiro-ministro. Não suporto comentadores que não aceitam opiniões diferentes das suas.

Gi disse...

Olá, Caro Víctor. Espero que o seu regresso não seja efémero.
Lembra-se de mim? :D

Eu adoro o MST; não vi a entrevista (?), porque não tenho paciência nenhuma para este tipo de coisas.
Pelos vistos a opinião é unânime.
Criticava ele a MMG e faz o mesmo.

Anónimo disse...

A moeda tem duas faces : numa , a delinquência
investigatória ; noutra , a Anestesia Social com a
correspondente Obesidade Mental ...
Este comentário não seria possível se Gonçalo Amaral não se
tivesse voluntariamente transformado em figura pública .
Processos contra Gonçalo Amaral :
No foro crime :
Crimes de tortura de Leonor , um hóspede e o irmão e o companheiro de Leonor .
Crimes falsificação de documentos e violação do segredo de justiça , difamação ,
denuncia caluniosa , injurias , ofensas à integridade física , danos , ameaças de
violência , perturbação da vida privada de terceiros e burla de familiar !!!
No foro cível :
Apreensão e proibição do livro AVM , arresto de bens , acção de indemnização .
Ainda , procedimento disciplinar .
Tudo nebulosamente complicado com a sua intimidade privada Gonçalo Amaral aposenta-se em Setembro de 2008 , para se furtar a procedimento disciplinar , em virtude do caso Leonor , irmão e padrasto de Joana e um hóspede .
O livro foi publicado em Junho/Julho de 2008 . Teve que ir para a tipografia o mais tardar em Maio de 2008(onde ilicitamente tomaram conhecimento dele) . O processo foi arquivado em finais de Junho de 2008 . É óbvio que Gonçalo Amaral cometeu o crime de violação do segredo justiça p. e p. no artigo 371º do Código Pena l com a agravante de ainda ser funcionário público , não escapando assim às duas sanções disciplinares.

http://www.asmeninasquevieramdasestrelas.com/index.html/

http://www.zshare.net/download/68611337747aaed2/ (download)

http://sites.google.com/site/goncaloamaralcurriculumvitae/ (anexos)

Gonçalo Amaral Curriculum Vitae Palhaçada at Aspirina B 28 Fev (pesquisar)

Gonçalo Amaral é o Diabo travestido de Deus ...___________

Anónimo disse...

Viva a Democracia, viva o mundo civilizado, viva o crime impune, viva tudo que se queira.
Arrastam-se processos, protelam-se audiências, desmentem-se testemunhos, aplauda-se o criminoso, sacrifique-se a vítima e condene-se quem deu uma chapada a uma besta mãe, que matou ou vendeu a filha.
E ao cunhado e irmão também. Pode lá agora ser! Dar uma chapada a pessoas de bem.
E violou o segredo de justiça. Alguém medianamente formado, pode conceber tal ignomia? Tal horroroso crime. Violar o segredo de justiça!!?? Aonde vamos parar com energúmenos deste teor?
Viva o paraíso da civilização e enforque-se, esfole-se, rode-se, esquarteje-se esse Diabo do Gonçalo Amaral, sem esquecer a excomunhão eterna

Anónimo disse...

Calma!

Este foi só o 2º programa do MST, temos que ver outros, confesso que vi os dois e o do Primeiro nem foi assim tão mau, este sim, também não gostei.

Mas vamos esperar pelo próximo.

CM

Victor Cardoso disse...

Caros amigos, obrigado a todos é muito bom estar de volta. Por poder escrever e por poder ter de volta o prazer da vossa companhia. Confesso que me sinto mais "amparado" com as vossas visitas.
Eu sei que MST é provavelmente um dos dos jornalistas que mais direito tem de falhar, adquiriu esse estatuto depois de tanto trabalho bem feito. Não podemos apontar o homem só quando falha e ignorar quando acerta. MST tem um passado que fala por si. Terá,certamente, um futuro que nos deixará orgulhosos. Homens como ele fazem falta à nossa sociedade.

Maria Letr@ disse...

Gostei desta parte ..
"Esclarecedora e no mínimo...sucinta.
Esclarecedora porque todos os portugueses ficaram a saber o que pensa Miguel Sousa Tavares sobre este caso.
Sucinta porque, nos breves 15 ou 20 minutos de horário nobre da SIC, o convidado não deve ter ido além de 2 ou 3 minutos no uso da palavra."
Aí é que está! Dar ao entervistado o mínimo tempo possível para responder, não vá ele dizer aquilo que não convém ouvir.

Sarraceno disse...

Lamento contraditá-lo, mas MST, a mim não me deixa nada orgulhoso.
Esse, ele açambarcou-o todo, exactamente como li aqui no comentário de uma leitora quando diz que ele é orgulhoso, e também que é um homem de convicções.
É-o com certeza, para aqueles que ainda caem na esparrela de se deixarem ser por ele, entrevistados.
Também o é quando auto se enaltece e se arroga o direito da sabedoria suprema, quase raindo a omnisciência. É Deus no céu e eu na terra, mas; todo esse orgulho e convicção cai por terra, melhor! Abdica disso perante a subserviência que demonstra ao cacique do Norte.
E mantenho que como entrevistador é malcriado