terça-feira, 9 de março de 2010

É Limpinho!




Meu Deus! Que coisa incrível! Uau!...
Oh pá...é mesmo fixe!
São aos milhares as crianças, jovens, adultos e velhos, cães, gatos, canários, pintassilgos e outros que se preparam para o grande evento deste mês. Mas está tudo maluco?!
Já estou a imaginar algumas das conversas desse dia:

- Nuno a pé tão cedo, filho! (Nuno tem agora 19 anos é estudante e usa aparelho nos dentes só porque é moda)
- Eiiiiiii...Já vais começar?
- Calma filho! Estou só surpreendida, como é sábado...
- Hoje tenho muito que fazer.
- Credo filho! Resolveste limpar o teu quarto?!
- Não fechas bem a tampa, pois não? Achas?! Tenho mais que fazer...
- Vais sair?
- Vou.
- Quando voltas?
- Sei lá...vou limpar Portugal.

Desde esse dia Nuno, de esfregona em riste, deixou de ser apenas um adolescente da juventude social-democrata. Hoje é D. Nuno o Limpador. Um rapaz doido pelo esfregão e água tépida, sabe tudo sobre o Sonasol verde, o Ajax e o Scotch-Brite....quer limpar Portugal, mas o seu quarto não.

Dia 20 vamos todos Limpar Portugal.
Acho brilhante esta ideia (embora um recuso de humor fraco, brilhante é adjectivo propositado). Já estou a imaginar uma resma de gente a varrer tudo o que lhe apareça à frente. O povo aos gritos que, em vez de cartazes com o tradicional “ Quero Trabalho”, ostenta agora vassouras e apanhadores , comprados nos chineses, e grita “Quero Esfregão”.

Este dia não deveria ser permitido pelo governo, facultará a saída de divisas, aumentará a taxa das importações e engordará a economia chinesa.
Nem me parece bem trabalhar de borla para os senhores que administram as empresas de tratamento dos resíduos urbanos. Eu sei que é um bom golpe publicitário e não é novo. Já o homem da sucata tinha tentado limpar os cofres do Estado antes de sofrer um enfarte na prisão. É que os cofres do estado são muito trabalhosos e causam muita canseira e irritação.
Por isto tenham cuidado, se querem limpar, limpem mas devagarinho.

Mas tal como disse atrás, não seria melhor começarmos por limpar o nosso próprio quarto? Talvez não. E se limpássemos primeiro a nossa classe política? Era capaz de ser demorado...entendo.
E que tal limparmos a Justiça dos abutres amigos dos amigos, que são amigos daqueles que com os amigos decidem nunca condenar um amigo? Já vi que não.
Já sei! Vamos limpar o sebo a uns quantos que nos fazem de parvos todos os dias? Pois...demasiado violento.
Já vi que o melhor é continuar assim.
Dia 20 vamos ter um país com menos papéis e pontas de cigarro nas ruas, mas com a mesma merda de sempre colada aos nossos sapatos.

3 comentários:

NI disse...

Ahahahahahah

Se em vez de escreveres estes textos fosses jantar a minha casa para me animar é que fazias boa figura.

Já tenho saudades de dar gargalhadas.

Tenho que dizer qualquer coisa sobre o post, não tenho? Mas o que queres que te diga? Já sabes que para mim és um dos melhores humoristas do País. Ok, gostei.Mas não me convides para limpar. Já me basta a casa.

:)

sarraceno disse...

Estar na merda nem é assim tão importante, e todo o mal fosse esse e não passasse daí.
O pior é que pelo desenrolar da fita, ou muito me engano e já estou a ver o desfecho.
Pela capacidade demonstrativa de soluções que este governo já mostrou ao mundo não ser peco, quando só restar a merda onde nos possamos agarrar, ele saberá de lá criar impostos.
Isto é malta de recursos, benza-os Deus.
Ou então é premeditação e o intuito é louvável, não nos vá acontecer como ao passarinho.
Caiu do ninho numa noite fria de Inverno, e quando já congelava passou por ali uma alma caridosa que dele se condoeu. Essa alma benfeitora pegou nele, e, abrindo um buraco numa bosta de vaca cagadinha de fresco estava quentinha, e enfiou lá o passarinho.
Quentinho e reconfortado, o passarinho na sua santa ingenuidade, começou a cantar de felicidade. Passa por ali um gatinho que, ouvindo-o, resolve investigar a causa de tanta felicidade numa noite fria como essa, logo, propensa exactamente ao contrário.
Tira de lá o passarinho, limpou-o muito bem e, zás! Goela abaixo.
Ora está bem de ver, não é? Nem sempre quem nos mete na merda nos quer mal, e nem sempre quem nos tira dela nos quer bem.
Posto isto; dou um voto de benifício da dúvida ao governo

Victor Cardoso disse...

Ni temos MESMO de marcar esse jantar.
Sarraceno, bom ponto de vista. Apesar de concordar, o meu voto já não o dou a ninguém.