sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Não sabia que eras assim...




Hei!
Passas assim e....nada!

Hoje quase nem me ligaste o dia todo.
Que é que se passa?
Estás naqueles dias?
Não?!
Então porque não falas comigo?

Não digas isso. Não são nada muitas perguntas só para um trocar de olhar.
Lá estás tu com essa mania de meter a poesia em tudo.
Tens a noção, que há gente que não sente, gente que não ouve nem lê?
Sabias que há gente que não se importa e gente que nem vê?
Porque é que te julgas assim tão importante?
Incapaz de olhar para mim, de me dizeres, ao menos, bom dia.

Ah, ah, ah, essa é boa!
Dizes sempre isso, mas só quando te convém.
Agora a culpa é minha!
Eu, que faço tudo por cruzar todos os dias o meu destino com o teu?
Eu, que, todos os dias, bebo a tua luz, respiro o teu ar?
Eu, não!
Eu, não tenho a culpa.
Sabes?
Há coisas que não se explicam e esta nossa atracção também é assim.
A culpa é das palavras, que não nos deixam em paz.
E se, entre nós, não existissem as palavras?
Poderíamos ser tão felizes.
As palavras tudo fazem e tudo desfazem, não é?
Sabes?
Acho que o nosso amor é calado.
Um amor que não se funde enquanto existirem as palavras.

Mas estamos para aqui a falar há séculos e ainda não te disse o que queria.
Não! Calma!
Não vais começar, outra vez, com essas tuas lamúrias.
Não temas, desta vez não te vou julgar, aliás prometi não o voltar a fazer.
E desta vez é para cumprir. Juro.

Irra!
Outra vez?!
Mas eu não sou como todos!
Já me irrita isso que teimas em dizer.
A propósito, isso é o quê? Uma cena de mulheres?
As gajas agora têm todas essa mania, é?

Como?
Gostaste?!
Gostas que te chame assim?

Outra vez?
Não.
Está bem, eu digo.
Gaja.
O quê?
Gaja, gaja, gaja...
Não sabia que gostavas assim tanto.

Se te conhecesse?!
E porque não, se te revelasses?
No fundo estou a ver que o que realmente te atrai, é a vulgaridade.
É curioso. Nunca imaginei isso de ti, sempre te vi de maneira diferente.

Sim, também acho.
Se calhar foi por isso que nunca conseguimos ter uma conversa assim.

Não digas isso.
Claro que tiveste culpa, mas eu também.
Sabes que mais?
O que importa o passado?
Nada!
O que ficou para trás ficou, ponto final.

Vamos começar outra vez.

Adeus semana, vou esperar por ti um ano inteiro.

3 comentários:

Si disse...

Regressaram os diálogos com as sextas feiras.
Espero que não só com elas, mas com as segundas, as terças, as quartas, enfim com os dias todos, para continuar a dar gosto passar por aqui.

(Não sejas teimoso, nem refilão com a semana - qualquer dia responde-te torto....)

Gi disse...

Diálogos-ao-desafio são os diálogos de que mais gosto; sou praticante.

Victor Cardoso disse...

SI e GI, enquanto houver os dias que nos empurram haverá matéria para diálogos.