segunda-feira, 2 de junho de 2008

Rock in Gato

Há coisas que me fazem daquela comichão no nariz.
E hoje era um dia daqueles bonzinho para uma comichão daquelas.
Era até um bom dia para dizer mal do que quer que fosse.

Não sei se o mesmo se passa convosco, de vez em quando, mas comigo é assim – há dias em que não me apetece falar mal.
E hoje não estou nesses dias.
Entendem?
Não! Descansem não é o período.
Sou mesmo eu.
Ufa! Isto de ter de explicar tudo, como se vocês fossem mesmo eu, é complicado.

Mas eu sou assim, por vezes, complicado.
E o pior é que eu não consigo evitar! Desculpem.
Isto é do piorio!
Acho que tenho qualquer problema. É aquela coisa que me dá, quando me ponho a pensar, e pumba! Lá vem mais uma cavaca para a fogueira.

Não gosto de políticos, e não tenho jeito nenhum para levar com tipos, que não sendo políticos, acham que o são e por isso podem fazer de nós parvos.
São certas pessoas que têm a mania que são mais do que qualquer um dos mortais que se atravessa à frente delas?
E têm manias que são, como hei-de dizer..., sublimes.

Mas já lá vamos, se tiverem a paciência e a delicadeza de lerem, algum dia, aquilo que para aqui rabisco.

Aos políticos eu atribuo um valor especial, acho até que têm um estatuto na sociedade, um estatuto que conquistaram a pulso e que, por isso, merecem a designação de únicos. São os únicos com legitimidade para fazer, normalmente, mal o que quer que queiram fazer.
São assim como as emissões HD (alta definição) dos plasmas na Worten (desculpem a publicidade), só se vê lá. Depois em casa é tudo igual e mais valia termos comprado um baratinho.

Mas há gente que acha que nós somos parvos!
A sério!
Eu sei que vocês não acreditam mas há gente que acha que pode fazer de todos parvos e que nós nem damos por isso.
É verdade!
Fantástico!

São melhor que qualquer episódio de qualquer gato fedorento (pronto comprei uma batalha).
Sim eu também gosto dos episódios do gato fedorento, sim eu também acho que o humor deles é engraçado, sim eu também penso que nos fazem passar um bom bocado quando os apanhamos num canal qualquer que os comprou por uns milhões de euros.
Sim eu também acho que por aquele dinheiro eu e você fazíamos, por exemplo, um grande espectáculo ao vivo todas as semanas, em diferentes cidades do país, só com grandes artistas nacionais, mas que se lixe. Isso era capaz de ser cultura a mais para um povinho que se quer assim...a rir com aquele humor capitalista (pelo que custa e também por ser da capital) a que se denominou inteligente.
Atenção! Eu não quero dizer com isto que os rapazes não são inteligentes e divertidos. Só acho que, se calhar, estão assim como a gasolina. Com um preço um pouquinho alto.

E depois, quem é que ri do gato fedorento?

São os empregados de escritório, dos serviços, aquelas pessoas que nos mandam aqueles mails, que nós nunca sabemos como começaram e quem é que os fez, e claro, alguma da gente jovem que anda no liceu ou nas EB23 ou sei lá que nome dão agora aquele sítio onde os alunos batem nos outros alunos e os professores se queixam de apanhar dos alunos que, por sua vez, se queixam do ensino e da ministra e estão sempre prontos para meter cadeados nos portões e sair à rua com bandeiras vermelhas e/ou pretas em riste a gritar muito alto "Não pagamos" ou então outras coisas que nunca chego a perceber. Aliás acho que as manifestações transmitidas na TV deviam ser legendadas (mesmo que fosse em brasileiro tipo DVD de feira).
Sim! São estes que assistem aos episódios do gato fedorento. Ah! E eu, claro.

Mas, por incrível que pareça, não era disto que eu queria falar.
Admirados?
Pois não estejam.

Eu queria mesmo era falar do Rock in Rio.
Sou só eu, ou apesar de tudo, fico sempre com a impressão de que no fim há alguém a dizer: "Já os comemos outra vez."?
Para mim isto é assim como o gato fedorento, eu até gosto, acho interessante virem tantos artistas, fazerem grandes espectáculos e isso tudo.
Mas quando ouço os organizadores a falar, fico com aquela comichão no nariz.
Quer parecer-me que estarão a pensar: “Viemos ensinar a esta gente como se faz, sem nós não eram nada, não tinham nada...somos mesmo bons."

E agora...(tremideira de nervos)....e agora...(vá lá)...e agora.....estamos em directo para todo o país...é agora...Ok! Vamos ter outra vez Rock in Rio em 2010. Pudera! É negócio da china ou de outro pais qualquer do terceiro mundo.
É assim como a igreja universal, enquanto der aqui tudo bem, depois parte-se para outro lado.
Ainda havemos de ter Rock in Rio Luanda ou outra cidade africana.
Se calhar estou a ser injusto. Admito.
Acho que nós conquistamos o Brasil à paulada e à força, mas estamos a ser conquistados com muita inteligência.
E o pior!
É que estamos a gostar.
Se teve a delicadeza de ler isto tudo diga lá, será assim?
Ou só sou eu?

3 comentários:

NI disse...

Desde a idade medieval que o espírito da nação portuguesa se manifestou e que se pode reduzir a uma simples frase: "Barriga de rico, bolsa de pobre".

Quando assim é, torna-se extremamente fácil dar a volta ao "povinho".

Bjs

Victor Cardoso disse...

Bolsa de pobre desde que seja Lacoste...hehehehehe

NI disse...

Comprado na feira de Matosinhos ou em qualquer outra feira digna desse nome, eheheheheh

Beijos