segunda-feira, 30 de junho de 2008

O Claxon


Eu sei que está toda a gente maluca e feliz com a vitória de Espanha no europeu, no fundo quando um vizinho ganha, nós também achamos que temos o direito de ganhar. Nem que seja um pouquinho.
Isto, claro, não se aplicará se o vizinho morar ao nosso lado e lhe sair o euromilhões.
Apesar de continuarmos a pensar o mesmo, ele “dá de frosques”, e nunca mais ninguém lhe põe a vista em cima.

Mas como a Espanha não pode fugir, todos saltámos e pulámos, batemos palmas e até ouvi buzinadelas (creio que em castelhano) em diversas ruas do Porto e arredores.

Buzinar em castelhano não é para todos!
É uma arte que se aprende com o tempo.
Quando se buzina em português a mão fica, normalmente, colada ao claxon durante 2 minutos, depois é necessário colocar a cabeça fora da janela do condutor, fazer uma cara de troglodita e emitir, com a maior força possível, dois ou três berros, podendo acompanhá-los com o dedo médio em riste e os outros todos encolhidos.
Buzinar em castelhano apenas implica um ligeiro toque no volante, um sorriso e um V de vitória com os dedos, indicador e médio, erguidos e os outros encolhidos.

Há também algumas diferenças entre a semântica do acto, de quem buzina em português ou em castelhano.
O “buzinador” castelhano utiliza esta funcionalidade do carro para comemorar.
O “buzinador” português, para igual proveito, raramente o faz fora da cidade do Porto.
O ruído do claxon nacional é, preferencialmente, usado como a arma de protesto contra o aumento dos combustíveis ou contra os peões que atravessam a rodovia na passadeira.

Porque será?

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