sexta-feira, 20 de junho de 2008

Um Abraço Fernando


Nunca te vi, aliás, é mentira.
Vi-te mas não te vi assim, na realidade,
em carne, em voz, em choro e em riso.
Nunca te vi assim, como te viram os teus.
Com dia e com noite, com loucura e com siso.

Nunca te vi, mas sei como és.
Sei o que viste,
aquilo que fizeste,
e os passos que te levaram,
para chegar onde chegaste.

Nunca te vi mas sei como és.
Os sonhos que tinhas, para aqueles que amaste.
Sei até as palavras sentidas, que nunca falaste.

Nunca te vi mas sei como és.
Sei da justiça que tinhas no ser.
Da verdade, da mentira e da vontade de amar.
Sei que voz gostavas de te ouvir chamar.
Eu sei o que sentias quando dizias não,
ou quando escondias a revolta na mão.

Nunca te vi mas sei como és.
Sei das tuas lágrimas e da tua dor,
das agonias passadas ao teu redor.

Nunca te vi mas sei como és.
Ainda manténs aquele olhar de criança,
que teimaste em deixar-nos, para sempre, na lembrança.
Um abraço! Até logo...

2 comentários:

NI disse...

Obrigado Victor.

Ele era mesmo assim. Ainda hoje, passados que são 21 anos, não consigo falar dele.

E, é verdade, nunca deixou aquele sorriso de criança.

A minha mãe dizia que eu era a cópia fiel dele. Para o bem e para o mal.

Eu só espero que a minha mãe tivesse razão.

Beijo enorme

Victor Cardoso disse...

Creio que sim, ela tinha razão.