quarta-feira, 30 de julho de 2008

Shô Tôres


He, he, he, he, he....Ha, ha, ha, ha, ha....Hi, hi, hi, hi. hi, hi........oh pá vocês são demais!
He, he, he, he, he....Ha, ha, ha, ha, ha.......não consigo parar de rir.
É mesmo fantástico.
Vocês contam cada uma...

Nem imaginam a anedota que me contaram.
Então não é que me disseram que o governo ia pagar horas extraordinárias aos oftalmologistas, para eles fazerem o trabalho que deveriam ter feito nas horas normais de trabalho público e não fizeram porque estavam nos seus consultórios particulares ou nas clínicas dos ricos.

He, he, he, he, he....Ha, ha, ha, ha, ha....Hi, hi, hi, hi. hi, hi.....He, he, he, he, he, he, uiiiiiiiii, hi, hi, hi, hi, hi...essa é mesmo boa.

E até um "Shô Tôr" da ordem dos médicos a dizer que isto das listas de espera, é um símbolo da modernidade, é normal nos países mais evoluídos da Europa. Uau Fixe! Já somos mesmo europeus.!

He, he, he, he, he....E eu quase que acreditava.
Oh pá, cada vez tenho mais orgulho de ser português.
Qual Finlândia, qual quê?
Aqui é que é giro. Com estes políticos comediantes, e com estes "Shô Tôres" oftalmologistas, especialistas e outros "istas" cheios de vontade de ajudar o povo. Cheios de vontade de resolver os nossos problemas, sem nunca pensarem em dinheiro mas sempre no bem estar dos pacientes.
Oh pá é mesmo giro!
Uau! Que giro que é Portugal.

Sabem? Eu gostava de ser assim "Shô Tôr".
Já estou a imaginar,.
No consultório:
- Boa tarde.
- B..b..b...boa tarde (não é gaguez, é mesmo medo) Shô Tôr.
- Olhe espere aí 5 minutos que eu já o atendo.
- 5 minutos? Mas eu estou aqui à espera desde as 4 da manhã!
- Boa! Faz bem levantar cedo.
- A consulta estava marcada para as 15 e já são quase 18h....
- E depois? Você acha que eu não tenho mais nada que fazer?
- Mas, desculpe, o Shô Tôr não entra às 14h? Só agora é que chegou!...
- Sim...e depois? Veja lá se quer voltar à lista de espera.
- Ó Shô Tôr! Mas ainda vai demorar muito?
- Não homem. Estou só à espera que passe das 18h, para começar.
- Ah! Pois, entendo...É para as horas extraordinárias....

Será que dava para contratar políticos estrangeiros e bons para governarem este país, pelo menos até as coisas ficarem direitas?
Assim estilo seleccionador nacional. Assim tipo Scolari.
Ou será pedir demais?
Talvez um anúnciozito num jornal de grande tiragem internacional:
"Procura-se político, competente e com provas dadas, para governar pequeno país com a mania que é grande. Exige-se responsabilidade e tomates suficientes para correr com os políticos indígenas à vassourada."
Acham que sou só eu a pensar assim?

terça-feira, 29 de julho de 2008

O "Prêmio"



A sala estava cheia de fumo, não sei se era permitido fumar, ou se estava presente o Sr. Engenheiro.
Pelo fundo da porta notava-se que lá dentro se davam uma boas charutadas, pela exalação que teimava em furar a frincha inferior.

Lá dentro, imagino três ou quatro júris de óculos alojados na ponta do nariz, lendo as últimas novidades dos mais conceituados escritores.
- Então essa picanha vem ou não vem?
- E a minha feijoada?
- Eu já pedi uma caipirinha há mais de meia hora...
Ao fundo uma voz respondia:
- Já vai! Já vai "pôxa"!

Entretanto cá fora, no balcão de atendimento, uma secretária loura, com o cabelo revirado nas pontas, com ar imponente e os seus seios aprisionados querendo rebentar a blusa verde e amarela, recebia as candidaturas.

- Próximo!
- Bom dia.
- Bom dia, "faxavôr".
- Eu vinha concorrer ao prémio.
- Claro! Havia de vir ao quê? Ao açougue?!
- Não! Claro que não!
- Nome da obra?
- Os Lusíadas.
- O seu nome?
- Luís...Luís Vaz de Camões.
- Que engraçado tem o nome do nosso prémio. Nacionalidade?
- Portuguesa.
- Portuguesa?! De Portugal?!
- S..sim!
- Meu Deus! Mas você é o quê? Cego? Ah pois, desculpe, por acaso até é...mas tem outro olho. Não vê ali escrito na porta: "Só se aceitam candidaturas de escritores brasileiros"!
Vá, vá...saia da frente e desampare-me a loja.
Próximo!
- Bom dia.
- Bom dia,o seu nome "faxavôr".
- Eu?! Carolina...Oi garôta...Carolina Jurassi.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

O Tuningueiro


A propósito de um evento que decorreu este fim-de-semana no Porto.
Há uma espécie que me emaranha as ideias.
Uma espécie que não consigo entender, por mais voltas que dê à teoria evolutiva.
São, geralmente, indivíduos do sexo masculino e andam aos magotes, mais na noite do que de dia.

Estes seres são capazes de passar dias e dias seguidos encostados a um qualquer muro da cidade.
À frente deles ostentam carros de várias marcas e de preços mais ou menos avultados.
Penso que os veículos utilizados por esta espécie, a que chamarei “Tuningueiros”, não devem ter ar condicionado porque eles passam a vida fora do carro e com todas as portas abertas.

Os “Tuningueiros” sofrem, normalmente, de várias doenças fruto, creio, de um desvio evolutivo a julgar pela teoria de Darwin.
A primeira atrofia situa-se ao nível da audição. Estes estranhos seres necessitam de ouvir música de forte batida, sempre com um nível de decibéis acima do permitido por lei.
Neste campo a investigação já deu resultados e conseguiu criar tecnologia específica para que os “Tuningueiros” consigam ouvir “ao mais alto nível” a sua música.
Os aparelhos chamam-se colunas de som e amplificadores que, em circunstâncias normais, são utilizados nas discotecas.
Aplicados nos carros produzem um som de tal forma potente que conseguem fazer dançar um morto.
Pena é que o sistema nacional de saúde ainda não comparticipe no preço destes aparelhos tão úteis aos “Tuningueiros”.
Outro dos, mais relevantes, males que afectam esta espécie é o mau gosto.

Um “Tuningueiro” tem uma obsessão pela decoração do seu carro, e é capaz de gastar o dinheiro de um jackpot num par de faróis, dois pára-choques e quatro amortecedores.
Esta obsessão chega a ter contornos idênticos ao vício do jogo.
O mais incrível é que gastam todo este dinheiro para depois ficarem com o carro parado, com as portas abertas e a música nas alturas. Naturalmente ficam sem crédito para o combustível.
São sempre jovens que vacilam entre os 18 e os 25 anos, usam óculos escuros de armação dourada e cabelo espetado ou penteado para trás com dois ou três frascos de gel.
Outra das características do “Tuningueiro” é a indumentária. Camisolas muito apertadas, calças de ganga rasgadas e botas estilo cowboy. Alguns podem também suportar ao pescoço o peso de algumas correntes (sinal de um estado mais adiantado da doença), mas são menos.

Até hoje ainda não há provas da irreversibilidade do Tuning, esta moléstia está ainda em fase de investigação.
Uma fenómeno que faz confusão aos investigadores é:
“Se eles passam o dia sem trabalhar, onde arranjam o dinheiro para sustentar este vício?”
Creio que estas pessoas necessitam de ajuda e de mais atenção das entidades governamentais.
Se existem salas de chuto e clínicas de tratamento para outras dependências, não se deveria fazer o mesmo pelos “Tuningueiros”?

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Não sei se gostei de ti.

Sabes?
Estava a ficar um bocadinho cheio de ti.
É que a coisa estava a enrolar e nunca mais passava.
Sim, eu sei que a culpa também foi minha.
Que sim, que estou numa fase difícil e não, não tenho nada a ver com os teus problemas.
Mas tu sabes como eu sou...preocupo-me contigo.
Conhecemo-nos há quê? 5 dias?
E já aconteceram tantas coisas.
Espero que não fiques amuada com aquelas coisas que eu te disse. Não te zangues, não vale a pena.
O tempo passa e vais ver, amanhã já não é nada. Amanhã já não serás nada, não seremos nada.
A vida é assim.
Como dizem na canção, amanhã é um novo dia.
Mas tens de concordar, também tiveste os teus momentos. Que momentos!
Chego hoje à conclusão que também tu és difícil.
Não gostas que te digam as verdades.
Pensas que podes chegar e trazer contigo quem bem entendes, quando entendes e como entendes.
E ou outros? Sim, e eu?
Achas que não tenho nada a dizer?
Julgas que também não tenho ideias, palavras, sentimentos?
Por alguma vez paraste para pensar, sobre se realmente eu queria ouvir o que ouvi?
E tu? Porque não me ouves?
Também tenho, como tu costumas dizer, "cenas minhas" que eu acho que são importantes e gostava de te dizer.
O facto de seres dona de ti, e aquela mania que "fazes o teu futuro", não muda nada.
Continuo a achar que tens de medir os teus actos e pensar no modo como isso pode afectar o próximo.
É isso! Sabias que existem outros? Os outros que sofrem por ti? Que sofrem por tua causa?
Já pensaste que podias ter vindo cheia de coisas boas? Mas não.
Teimaste nos problemas, nas coisas feias, más, mexeste com todos.
Isso não foi bonito.
Não! Não adianta.
Já vi que não nos vamos entender.
Adeus semana.
São agora dois dias de descanso e depois vem outra nova.
E tu?
Ficas asssim até para o ano.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Triste País


Confesso que ultimamente tenho tido uma espécie de letargia intelectual para escrever qualquer coisa que faça sentido.
Será do tempo?
Estarei triste ou deprimido?
Não sei.
O que sei é que, é-me difícil iniciar qualquer texto que relate o que sinto ou penso.
Não que se tenham acabado os assuntos, não que não haja substância potencial para dar corpo a meia dúzia de linhas, mas porque simplesmente não me tem apetecido.

Assuntos nunca vão faltar nesta nossa "república à beira-mar encalhada".

Por exemplo:
Se o Presidente da República foi visitar as zonas mais deprimidas deste país, porque é que nas imagens o pessoal dançava e cantava?
Ou se era mesmo para visitar as zonas a necessitarem de tratamento psiquiátrico e químico para a depressão ou tristeza, porque não ficou oito dias fechado, com os deputados, na Assembleia da República?
Ou ainda porque não decidiu o Senhor Presidente passar oito dias em todas as cidades do país?
Será só nos Vales do Norte que o povo anda enfadado com esta merda de vida?
Acho que não.

Triste é ter um presidente que julga que com uma visita, os discursos de circunstância e o corta fitas do costume, resolve qualquer problema, escarrapachando a tristeza do povo que o recebe em festa, mas que fica ao largo “cordialmente protegido” pelas grades de ferro, do outro lado da rua.
Triste é termos de assistir a um espectáculo presidencial com sorrisos de conjuntura e as mãos cheias de nada, como quem diz: “Rapazes vamos mostrar ao mundo como esta gente é mesmo triste e deprimida!”

Triste é ler no jornal que Margarida Correia da Silva, uma mulher de 95 anos, morreu à fome no casebre onde vivia em pleno centro da cidade do Porto.
A mesma cidade onde se falou toda a semana em destruir e construir habitações.
Isto sim, Senhor Presidente!
Isto é que é a tristeza do país deprimido a que V. Excia. preside.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O Esquecimento Global

Hoje gostaria de vos falar das mulheres.
Esse enigma da natureza, que nós, por mais que descodifiquemos o código genético da humanidade, nunca vamos conseguir entender.

Calma! Não me atirem já com o que têm mais à mão.
Epa!...Essa passou-me mesmo a razar!...
Calma senhoras.

Acho que a cabeça de mulher funciona...de uma outra forma.
É tudo muito complicado para nós homens que, apesar do esforço intenso e diário, não conseguiremos decifrar.
Para nós o modo de funcionamento da cabeça feminina é assim como uma “Pen Drive”.
Como é que uma coisa tão pequenina pode ter tanta coisa armazenada?
E quando digo tanta coisa, quero mesmo dizer tanta, de muita, enorme, abundante e excessiva.

As mulheres guardam tudo. Menos aquilo que, normalmente nos faz falta.
Uma mulher pode lembrar-se, por exemplo, do dia e hora exactos, da roupa que vestimos, do local onde estávamos, o que comemos, o que bebemos, quem estava à nossa volta, como estava toda a gente vestida e um manancial de outras informações, quando nós, por acaso num dia qualquer, olhamos para uma miúda que passou e nos chamou mais à atenção.
Uma mulher sabe de cor e salteado a decoração inteirinha da casa do nosso amigo, onde só esteve uma vez durante trinta minutos.
Lembra-se de todos os dias que chegamos cinco ou seis minutos atrasados a um encontro.
A mulher tem sempre presente as datas de todos os acontecimentos, grandes, médios, pequenos, ou até aqueles que não são nada disto. E depois, estão sempre prontas para nos atirar à cara uma data, ou porque nos esquecemos, ou porque não nos lembramos.

Minhas senhoras vamos ver se nos entendemos.
Posso ser só eu, mas tenho a impressão que para nós homens as datas não têm grande significado.
Nós vivemos o momento:”Foi muito bom. Óptimo! Fixe e tal...mas chega.”
A nossa memória é tão curta que acaba nos quatro dígitos do pin do multibanco.
A nossa capacidade de armazenamento fica por aí.
Não dá para estar a gravar na nossa cabecinha o dia e a hora a que as coisas acontecem.
Nós nem conseguimos decorar o ciclo menstrual da nossa mulher, mesmo que estejamos com ela há mais de vinte anos.
Não temos "disco" suficiente.

Além, disso, normalmente, são coisas supérfluas.
O que nos adianta dizer por exemplo:”Oh pá! Faz hoje precisamente sete anos e vinte e dois dias que a minha mulher me disse que estava grávida” ou “Hei amigo! Nem imaginas!...Hoje faz nove anos e sete dias que a minha mulher estava constipada.” ou ainda “Hei, cum caraças!....Esqueci-me da data do nosso primeiro beijo...ela vai-me matar!”
E, além do mais, para que serve este tipo de informação?
E vamos, agora, arranjar uma contendazita por causa disso?
É preciso chegar a tanto?
E a data do casamento? Para nós também não é assim tão fácil.
Aliás, tenho para mim, que quem inventou as alianças foi, certamente, um homem.
Sim!
Só um homem teria a feliz ideia de gravar, por dentro em letras pequeninas a data e...já agora, não vá o diabo tecê-las, o nome da respectiva esposa.

Por isso, minhas senhoras, os homens só têm obrigação de saber duas coisas.
1º A data do casamento
2º O nome da esposa.
Senhoras, não seria preferível compreenderem isto de uma vez por todas?
Para bem do vosso casamento, ajuntamento ou seja lá o que for.

Lembrem-se:
É injusto que a mulher, que tem a capacidade exagerada de memorização em relação ao homem, utilize essa arma como argumento numa discussão.
Não é biologicamente possível nem legítimo este combate.
É como tentar derrubar com um sopro a Torre dos Clérigos.
Não dá.
É o esquecimento global!
Ainda por cima nos calendários, situados habitualmente nas oficinas de automóveis, os homens olham sempre para a fotografia nunca para os dias.

Penso que, no que respeita à memória, o homem só conseguiu ir até ao código binário, a mulher necessita de estudo mais aprofundado, pois encerra em si um dos grandes segredos do universo.
Penso que já entenderam o meu ponto de vista.

Agora o que realmente interessa.
Pois se a mulher tem assim uma memória tão vasta, alguém me explica porque nunca é capaz de saber onde está o comando da televisão, o CD, a revista que nós gostamos de ir lendo, ou então não sabe o que fez à camisola que, apesar de estar já um pouco usada, nos faz sentir bem e confortáveis, nunca sabe quem avariou o telemóvel, quem riscou o carro ou quem deu cabo do nosso portátil?

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O Sexo e a Segunda-feira


Sabem que dia é hoje?
!!!
Então?
!!!
Ah! Claro é segunda.
Ainda bem, estava a ver que era só eu!

É segunda-feira e à segunda-feira a malta fica com um síndrome especial, que nos reprime as ideias e provoca uma série de traumatismos difíceis de explicar.
Acho até que o início da segunda-feira tem um cariz quase de relação sexual, pelo ritual que envolve e pelo grande final - qual ejaculação guerreira com grito e tudo.

Começa pelos olhos, que quase não abrem sem um inquérito tipo apito dourado, mas que com um esforço extra e aquele puxar da testa para cima leva-me a fazer aquele olhar de pedra, muitas vezes confundido o lançamento de “olhinhos” às beldades das redondezas.
Também no sexo os olhos assumem um papel preponderante capaz de despoletar uma reacção enzimática e hormonal que nos levará ao patamar seguinte.

Seguem-se, depois, os enigmas de consciência. “Mas porque raio terei eu de me levantar, se há tanta malta que nem sequer dá por mim, e tanta malta que nem sequer se levanta? O que muda no mundo se eu me levantar?”
Se repararem, no sexo e nos homens esta coisa da consciência também funciona, quando pensamos: "Hum! Estou-te a ver, estou. Falas, falas , falas...e nunca mais te decides, será que devo avançar agora ou vou ter de te ouvir mais meia hora sobre o cão da tua colega do escritório? Fónix! Deixa lá essas cenas e senta-te mas é aqui ao meu lado que eu sou bombeiro e tenho um fogo para apagar."
Coisas deste género, profundas e filosóficas, que o homem pensa e que nos invadem a mente sempre na busca de uma resposta ou justificação para um acto que nos daria o maior prazer da nossa vida.
Mas não: "Vá lá! Tens de te levantar."
Diz-nos aquela vozinha que eu creio ser uma invenção de Deus para nos arreliar depois de nos ter dado também o prazer – Não! Não estou a falar da mulher. Estou a falar mesmo daquela voz, a do Grilo Falante. Lembram-se?

Vem depois a fase dos cinco minutos.
Dizemos para nos próprios que são só mais cinco minutos.
Muito encolhidinhos, ali estamos a enganar-nos a nós próprios na esperança que aqueles cinco minutos se transformem em cinco horas.
No sexo chamam-se preliminares, e funciona ao contrário - demora cinco horas devia demorar cinco minutos.
Uma coisa difícil de entender para quem é homem, mas que, segundo as representantes do sexo feminino é: "Muito importante, talvez a coisa mais importante de toda a cena..." vamos acreditar que é assim.
Bem! Para nós homens é aquela cena onde lhes fazemos crer que elas são o amor da nossa vida e que sim são lindas e fantásticas e têm aquela coisa que faltou a todas as outras. Digamos que é o código postal para a fase seguinte – é meio caminho andado.
E depois....
Depois são mais cinco minutos, no sexo e também para nos levantar-mos de manhã.
E depois...
Depois são mais cinco minutos, também nas duas situações.
....
....
Chiça isto nunca mais avança é?!
Calma!
Isto tem a sua cadência.

"Bem vai ter se ser, é agora ou nunca." Dizemos nós como quem está no ponto sem retorno, naquela fase em que temos já só a ponta do dedo mindinho na parede do desfiladeiro. Na fase que nos torna homens onde as forças se unem e arrancam das entranhas e trazem à tona toda a nossa parte animal.
Curioso. Até parece que estamos a falar de sexo, não?

E daqui a pouco.
Note-se que o pouco, neste caso, depende da percentagem que cada homem consegue aguentar até ao grito final. Não não estou a falar do orgasmo.

Estou a referir o grito:
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!................
Que nós damos quando olhamos para o relógio e vemos que já nos devíamos ter levantado há mais de quarenta minutos.
No sexo é bem melhor, passado este patamar é altura para lhes fazermos aquelas coisas que as levam outra a vez a pensar que são únicas, brilhantes e que sim - foi melhor que nunca.
E depois?
Depois sim, podemos adormecer o guerreiro que há em nós.

Na segunda-feira não!
Lá vamos nós arrastando-nos até à casa de banho onde num jacto de urina, na barba feita à pressa e num banho, lavamos todas as nossas emoções...que podiam ser tão diferentes se fosse, por exemplo, outra vez domingo.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Ora Eça...

"Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão."
Eça de Queirós

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Eu, as motos, os cães e as t'shirts


Vou confessar-vos uma coisa que quase é um acto indecoroso para um homem.
Não! Fiquem descansados, não vou falar das partes pudendas do meu corpo ou do corpo de alguém que eu conheça.

Não sei o que se deu comigo, aquando da formação adolescente, que devo ter perdido qualquer coisa e houve alguns assuntos que escaparam à minha doutrinação.
Se calhar faltei a algumas aulas que todos tiveram menos eu.
E o pior é que aquilo que vos vou revelar são, habitualmente, coisas de rapazes.

Não! Também não é isso que estão a pensar, que raio, não faltei assim a tantas aulas.

O que quero declarar é que não percebo patavina de marcas de cães, de carros e de motas.
Para mim o que tiver um orifício onde se meta gasolina, se ponha a trabalhar e ande quando se acelera, é muito simples:
a) Quatro rodas - é um carro.
b) Duas rodas - é uma moto ou motocicleta para ser mais rigoroso.
Ponto final.
Não consigo ir mais além.

Discutir marcas, cilindradas, válvulas, consumos e arranques dos zero aos cem, para mim é uma linguagem que nunca consegui entender.
É assim como ouvir uma mulher muito boa a falar e não entender coisa nenhuma, admiramos o embrulho, sabemos manusear, mas não entendemos, nem nos interessa entender o recheio.
Com os cães é a mesma coisa. Eu sei que são assim como as pessoas há pequenos, grandes, baixos, altos, machos e fêmeas, e pouco mais. Têm uma boca que deve estar confiadamente a uma distância prudente de qualquer parte do nosso corpo, gostam muito de mijar nas rodas dos nossos carros. E mais nada.

Sim eu sei que é redutor confessar isto em pleno século vinte e um, mas comigo é assim. Ufa...já me sinto muito melhor!

Mentira! Estou na mesma.
Mas também não interessa nada.
O que eu queria realmente falar-vos tem a ver com motos e motards.

No passado fim-de-semana assisti a uma daquelas concentrações de tipos com grandes bigodes e barbas de cor branca queimada pelo tabaco ou pela sujidade, com as gorduras a saltar e a lutar ofegantes para romper os fatos de cabedal, e, ainda por cima, com lenços amarrados à cabeça assim ao jeito de padeira em momento de fabrico, só com mais bolinhas e outros desenhos esquisitos.
Achei sublime a imagem que o acaso colocou à minha frente.

Eram centenas de motas, centenas de tipos e...então?!
Onde estão as senhoras de mamas XXL e t’shirts molhadas?

Não estão.
Não Estão?!!! Reclamei eu indignado.
Mas então para que serve este ajuntamento?

Comecei, curioso, a observar mais atentamente, descobrindo e imaginando o mundo maravilhoso dos motards.
E acho que percebi o facto de não terem vindo as senhoras.
Devia ser por isso que, neste encontro, muitos dos participantes tinham capacetes que exibiam dois grandes exemplares dos mais ostentosos chavelhos.

Encostados à sua motocicleta, com aquele ar de macho que conquistou a dama em época de cio, olham para uns para os outros e para nós como quem diz:
-”Uau! Sou mesmo bom, não há pai para mim, eu sou o maior”.

Raramente olham para o chão, o que seria uma tarefa inglória dado o volume da cavidade abdominal, transformada num bandulho da tão grandes proporções que poderia pôr em risco o ponto de equilíbrio mesmo nos mais sóbrios.
Às vezes juntam-se três ou quatro e começam a falar uns com os outros, ou fala um e os outros abanam a cabeça para cima e para baixo, e por vezes até um ou outro dedo da mão que não estiver a segurar no copo da cerveja.
Pensei logo...ah...só falam de sexo.

Que dizem eles?
-“Sabes o que eu gosto é de a passar a pano.”
Pensei logo...ah...estão a falar de sexo. Mas não!
Ouçamos:
-“Ai sim? E como é que fazes? Primeiro é com a mangueira, certo?”
-“Claro que sim!”
-“Eu sabia! Eu sabia! Oh pá, é tão impressionante.”
-“Olha mas sabes?”
-“O quê?”
-“Eu gosto de a sentir, curva por curva, com jeitinho e com calma, sem pressas. Tás a ver?”
-“Pois, imagino...mas a minha é maior que a tua.”
Não! Não estavam a falar de sexo, era de motas.

O que é isto?
Parecem duas barbies a conversar, ou pior...(deixo à vossa consideração).
Sabem?
Acho que, sem t’shirt molhada os motards não se deviam concentrar.
A coisa fica, como dizer?...A coisa fica sem graça e não há assunto que resista.
Uma concentração exige um pouco mais de esforço, meus senhores.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Manuais escolares - "O petróleo dos editores"

"Todos os seis manuais de Matemática do 9.º ano analisados num estudo divulgado pela Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, do Ministério da Educação, continham entradas de "pouco rigor científico e imprecisões" passíveis de "induzir os alunos em erro". Dois livros tinham "erros matemáticos"."in Diário de Notícias
§
Já chega!
Está na hora da educação!
Já estou farto de notícias, reportagens, directos, sondagens, entrevistas e emissões especiais sobre a educação dos nossos filhos e o seu comportamento nas aulas.
§
Já chega!
Proponho agora o seguinte:
Notícias, reportagens, directos, sondagens, entrevistas e emissões especiais sobre a educação dos senhores que mandam na educação e que são capazes da falta dela, ano após ano, em matéria que dava para lavrar páginas e páginas de livros ou (como preferem os senhores do choque tecnológico, que não deixam levar computadores para as aulas!) gigas e gigas de bytes.
§
Como é possível todos os anos os pais serem açoitados pela mão que, de indicador em riste, determina que todos os manuais escolares têm de ser substituidos por novos.
Os do ano anterior não servem?
"Não senhor! Era o que faltava, querem agora ver?!"
"Todos os anos a matéria é nova. O programa é diferente."
"É o ministério que manda."
Desculpem, digo eu, não será por isso que os alunos cada vez mais percebem menos?
Não será também por isso que, cada vez mais, os alunos se interessam menos pela escola e mais pelos SMS e MSN?
§
A quem beneficia este estado das coisas?
Aos alunos e famílias, não certamente.
Aos professores?
Penso que não, tirando os que todos os anos são pagos pelos editores para recompilarem de forma diferente os assuntos que barram as páginas dos manuais.
§
Actualmente a compra de manuais escolares no início de cada ano, é uma espécie de imposto que as famílias pagam a uma espécie de organização particular de "exploração social". Qual gang organizado, utilizador de toda a espécie difusa de pressão que sempre prega contra "o actual estado das coisas". Pudera! Assim ganham mais.
§
Qual o papel dos pais neste problema?
Nenhum!
Continuam a pagar, ano após ano, sem nada fazerem.
Sem se manifestarem, com bandeiras, faixas, amplificações sonoras, etc, em todas as praças de município - como outras classes profissionais ligadas ao mesmo ramo de actividade.
Chego à conclusão que mal na educação só estarão as discussões sindicais (com os mesmos líderes de sempre) em torno das progressões na carreira, das avaliações de professores, dos comportamentos dos alunos e da gestão dos estabelecimentos de ensino. A eterna ladaínha sindical.
Um rol de prantos que, segundo me convenço, não reflete a verdadeira posição da maior parte dos professores dignos, vocacionados, empenhados e carentes da definitiva confiança política em torno das decisões, que estão prontos a tomar, para, de uma vez por todas, se encarar a educação como verdadeiro propósito nacional.
§
Estou mesmo em crer que, à imagem do orçamento rectificativo, deveriamos ter um governo rectificativo só para a educação.
Sem partidos nem sindicatos, mas com pais, alunos, professores, e auxiliares de educação.
Sem editores e sem lobbies, mas com vontade e, acima de tudo, com verdade.
Qual político, pai ou professor, pode hoje afirmar, olhos nos olhos de um filho, sem inquietação da consciência, que a educação que lhes deixa é segura e garante de um futuro firme?
Chega de dizer que os nossos filhos são mais burros que os filhos dos filandeses, suecos, etc.
Chega de vender a retalho a educação deste pais!
Chega de estar sentado no sofá e ver o filme repetido todos os anos ou sempre que muda o ministro.
Chega de nos impingirem manuais diferentes todos os anos!
Chega de nos impingirem políticas diferentes todos os anos!
Chega de nos impingirem "lutas" iguais todos os anos!
Chega!
§
Perante isto, penso que a imagem à entrada deste artigo, é demasiado branda e educada.
Será talvez o único dedo que vale a pena erguer ao actual estado das coisas.
Será talvez o único dedo que vale a pena erguer aos responsáveis pela nossa educação, ano após ano, governo após governo.
Esta, afinal, foi a educação que nos deram.

O amor fugiu


Vens outra vez chorar no meu ombro.
Toma lá! Deita a tua cabeça e fala de ti.
Não! Não chores.
Teimas em chorar apesar de o tempo não estar para isso.
Teimas em largar as tuas lágrimas sobre nós todos.
É verão, sabes?!
Não devias chorar, devias sorrir.
O amor está no ar!
Mas, já sei, teimas em contrariar os dias e seguir na contra-mão desta vida que te prende a mim.
Fazes dos teus dias aquilo que queres e ainda te criticas por isso.
Quem és tu para contornar o sentido dos homens?
Já olhaste para os outros?
Já, por acaso, te cobriste pelas palavras dos outros?
Espreita o que dizem, o que escrevem as pessoas nos blogs de sempre.
Vês?
São palavras sentidas, de amor, essa loucura que espelha realmente o estado desta nação. Despovoada de verdade, desejosa de amar e ser amada.
As palavras trazem o que o amor leva.
São sonhos de vida real, quebrados pela realidade da vida.
Sabes?
Acho que o amor nos abandonou, deixou este país e partiu.
É por isso que todos perguntam por ele.
Vai.
Segue o teu caminho e se o encontrares escreve-me...
Adeus Semana, até para o ano.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Tou xim!...


- Deixa-te de merdas! Já te disse que não!
É sempre a mesma coisa, se ele se meteu naquilo agora que se “desenmerde”...

- É, é! Se eu soubesse o que sei hoje, nunca tinha “emprenhado”.

- "Rais" parta a rapariga! "C'um catano"! Anda cá Soraia! Ainda ficas debaixo de um carro.

- "...da-se"! Se o gajo quer duas caixas, manda-lhe duas, eles é que pagam...

- Tapete? Qué Tapete?

- Olá D. Florinda! Ainda anda assim? Pois, Deus é que manda.

- Boa, pá! Boa "cumó" milho. Ainda ficaram lá até às quatro da manhã.

- Não posso. Ainda estou aqui à espera. Sim, fica descansado, depois eu ligo-te.

- Olha tou a ficar sem saldo, se for abaixo já sabes.

É impressionante o que se ouve, hoje em dia nas ruas da cidade do Porto.
Pessoas que falam ao telemóvel, numa conversa fantasma, transformada em luta eufórica de palavras, contra o aparelho que teima em não descolar do ouvido.
Já nem olham, já nem reparam no pombo que, do outro lado da rua, se debate com um pedaço de pão, seco pela aragem que corre.
Que saudades do tempo onde nas ruas a gente falava com a outra gente de carne e osso.
Que saudades quando a voz estridente da peixeira rasgava as conversas, anunciando a faneca, ou a sardinha viva ainda a saltar na canastra.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Amor Tótó

Hoje dei comigo a pensar sobre o amor.
É verdade!
O amor.
Esse mal que nos une, esse bem que nos satisfaz.
O amor, que deixa os homens com cara de parvos frente a uma mulher, com tremeliques nas pernas e o coração em ritmo de hard-rock.

O que levará um homem de pêlo na venta, passar, de repente, de garanhão a pónei, sempre que fica a sós com uma mulher?
Vem isto a propósito de uma investigação que efectuei, felizmente, sem qualquer norma científica.

Ao reparar em amigos e desconhecidos, descobri que por mais machão que se apresente, um homem é capaz das mais ridículas figuras perante uma mulher.
Já repararam como a voz e a intensidade das palavras muda quando um nosso colega recebe um telefonema da esposa?
Notaram já o tipo de linguagem utilizado pelo “engatatão”?
Aquela postura, o melaço das palavras e depois aquele sorrisinho com que o “engatatão” termina cada frase?
E não se pense que isto acontece só com os vintões, trintões ou mesmo quarentões. Não!
O facto foi também verificado nos mais novos.
Adolescentes de liceu seguem a mesma cartilha.

Perante os amigos são o “Hulk”, a sós com uma rapariga são o “Piu Piu”.
Que poder é este que as mulheres detêm sobre os machos?
Até que ponto é este poder, conscientemente explorado pelo sexo feminino?
Terão elas a noção desse seu poder?

sexta-feira, 4 de julho de 2008

A tua voz pintada de azul


Já vais?

E depois! E depois!
É só isso que tens para dizer?
Mas o que é que vos deu que, de uma hora para a outra, todas dizem o mesmo?
Ah! Agora sou eu que passo a vida a insistir!
Sabes que mais?
Deixa-me.
Se estás assim tão confiante, vai em frente.
Segue o teu caminho.
Porque te prendes?
Porque é que ainda te prendes?
Por mim?! Deves estar a brincar!
Por mim, já não te prendes faz tempo.
Não! Não estou enganado.
O que tens feito por mim?
Quando me beijaste pela última vez?

Não sabia que te lembravas!
Sim, eu sei que tenho estado ausente, com os pensamentos entrelaçados.
E tens razão.
Afinal, tu tens sempre razão, não é?
Sabes?
É esta merda de vida, que nos separa.
As horas não param, é sempre uma depois da outra, uma depois da outra, numa fileira sem fim.
Um mar de pequenas coisas que nos separam as almas e nos desenham os desencontros.
Mas gostei de ti.
Gostei de te ver, de te ouvir.
Ainda tens essa voz pintada de azul.
E eu, Gosto de Ti Assim.
Adeus semana, até para o ano.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Amizade


Sabes?
És grande.
És grande até nas tuas mais pequenas coisas.
És inteligente, bonita e alegre.
Tens o condão de me fazer feliz, com a tua simpatia, o teu carinho e o teu sorriso.
Adoro esse sorriso quando passas por mim.
Já reparaste que nunca deixaste de o fazer, mesmo nos dias piores, mesmo quando a vida te trocou as voltas?
Até nesses tu sorriste.
Sim eu sei que tens no olhar a revolta.
Mas esse é o mesmo olhar que vê o que os outros não imaginam, o mesmo olhar que acredita, que envolve, que anima, que aprecia e que compreende.
O teu olhar derrama o que o teu coração absorve.
E tu ficas aí.
Estás sempre aí!
Com essa voz embargada quando a dor te inunda, com a voz transparente quando falas para todos, a mesma voz que explode num mar de alegria que contamina com o riso.
Mas estás aí, sempre aí, para o que a vida te traga, para o que a vida nos leve.
Estás aí.
É bom, muito bom, contar com a tua amizade.
Não esquecerei aquele dia em que o mar, nascido dos teus olhos, percorreu o teu rosto.
Essa é a verdadeira prova da amizade.
Os amigos são assim.
Os amigos que, de pequenino, me fazem todos os dias grande como tu.
A amizade não se proclama, não se publicita.
A amizade descobre-se, conquista-se e sente-se.
Felizmente são tantos que, como tu, amparam o meu espírito, dia a dia, mesmo sem saber.
Obrigado a todos, obrigado a ti.

À Fernanda, Isabel, Sameiro, Marta, Conceição, Maria João, Cecília, Cristina, José Manuel, Nuno, Jorge, Ricardo, José Almeida, José António, Ângelo, Salvador, Domingos, Amaral, Bruno e Marinho.
E todos os outros que preenchem os meus dias e se alojam no meu coração, eu sei que gostam de mim.