segunda-feira, 21 de julho de 2008

O Sexo e a Segunda-feira


Sabem que dia é hoje?
!!!
Então?
!!!
Ah! Claro é segunda.
Ainda bem, estava a ver que era só eu!

É segunda-feira e à segunda-feira a malta fica com um síndrome especial, que nos reprime as ideias e provoca uma série de traumatismos difíceis de explicar.
Acho até que o início da segunda-feira tem um cariz quase de relação sexual, pelo ritual que envolve e pelo grande final - qual ejaculação guerreira com grito e tudo.

Começa pelos olhos, que quase não abrem sem um inquérito tipo apito dourado, mas que com um esforço extra e aquele puxar da testa para cima leva-me a fazer aquele olhar de pedra, muitas vezes confundido o lançamento de “olhinhos” às beldades das redondezas.
Também no sexo os olhos assumem um papel preponderante capaz de despoletar uma reacção enzimática e hormonal que nos levará ao patamar seguinte.

Seguem-se, depois, os enigmas de consciência. “Mas porque raio terei eu de me levantar, se há tanta malta que nem sequer dá por mim, e tanta malta que nem sequer se levanta? O que muda no mundo se eu me levantar?”
Se repararem, no sexo e nos homens esta coisa da consciência também funciona, quando pensamos: "Hum! Estou-te a ver, estou. Falas, falas , falas...e nunca mais te decides, será que devo avançar agora ou vou ter de te ouvir mais meia hora sobre o cão da tua colega do escritório? Fónix! Deixa lá essas cenas e senta-te mas é aqui ao meu lado que eu sou bombeiro e tenho um fogo para apagar."
Coisas deste género, profundas e filosóficas, que o homem pensa e que nos invadem a mente sempre na busca de uma resposta ou justificação para um acto que nos daria o maior prazer da nossa vida.
Mas não: "Vá lá! Tens de te levantar."
Diz-nos aquela vozinha que eu creio ser uma invenção de Deus para nos arreliar depois de nos ter dado também o prazer – Não! Não estou a falar da mulher. Estou a falar mesmo daquela voz, a do Grilo Falante. Lembram-se?

Vem depois a fase dos cinco minutos.
Dizemos para nos próprios que são só mais cinco minutos.
Muito encolhidinhos, ali estamos a enganar-nos a nós próprios na esperança que aqueles cinco minutos se transformem em cinco horas.
No sexo chamam-se preliminares, e funciona ao contrário - demora cinco horas devia demorar cinco minutos.
Uma coisa difícil de entender para quem é homem, mas que, segundo as representantes do sexo feminino é: "Muito importante, talvez a coisa mais importante de toda a cena..." vamos acreditar que é assim.
Bem! Para nós homens é aquela cena onde lhes fazemos crer que elas são o amor da nossa vida e que sim são lindas e fantásticas e têm aquela coisa que faltou a todas as outras. Digamos que é o código postal para a fase seguinte – é meio caminho andado.
E depois....
Depois são mais cinco minutos, no sexo e também para nos levantar-mos de manhã.
E depois...
Depois são mais cinco minutos, também nas duas situações.
....
....
Chiça isto nunca mais avança é?!
Calma!
Isto tem a sua cadência.

"Bem vai ter se ser, é agora ou nunca." Dizemos nós como quem está no ponto sem retorno, naquela fase em que temos já só a ponta do dedo mindinho na parede do desfiladeiro. Na fase que nos torna homens onde as forças se unem e arrancam das entranhas e trazem à tona toda a nossa parte animal.
Curioso. Até parece que estamos a falar de sexo, não?

E daqui a pouco.
Note-se que o pouco, neste caso, depende da percentagem que cada homem consegue aguentar até ao grito final. Não não estou a falar do orgasmo.

Estou a referir o grito:
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!................
Que nós damos quando olhamos para o relógio e vemos que já nos devíamos ter levantado há mais de quarenta minutos.
No sexo é bem melhor, passado este patamar é altura para lhes fazermos aquelas coisas que as levam outra a vez a pensar que são únicas, brilhantes e que sim - foi melhor que nunca.
E depois?
Depois sim, podemos adormecer o guerreiro que há em nós.

Na segunda-feira não!
Lá vamos nós arrastando-nos até à casa de banho onde num jacto de urina, na barba feita à pressa e num banho, lavamos todas as nossas emoções...que podiam ser tão diferentes se fosse, por exemplo, outra vez domingo.

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